Publicidade

Poder

CPI da Petrobras: Ex-diretor Paulo Roberto Costa presta depoimento

Maior delator do esquema de corrupção na Petrobras, o ex-diretor Paulo Roberto Costa presta novo depoimento à CPI que investiga os crimes de corrupção na estatal.

Costa afirmou que a Petrobras sabia da existência de um cartel de empreiteiras atuando nos contratos da estatal, mas que nenhuma medida foi tomada para coibi-la.

Disse, ainda, que a defasagem no preço da gasolina é um problema muito maior para a Petrobras do que a Operação Lava Jato. Ele calculou que o "rombo" da Lava Jato é 10% do rombo provocado por essa defasagem, e disse que o governo "arrebentou" com a estatal.

"O governo segurou o preço do diesel, o preço da gasolina, e esses valores possivelmente deram rombo de R$ 60 bilhões", disse.

Ordenar: Antigos
Atualização Automática: Ligada| Desligada
  • 14h46  

    O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa já está na Câmara para participar da sessão da CPI da Petrobras.

    Segundo técnicos da CPI, ele avisou que não ficará calado durante o depoimento, cumprindo o previsto na legislação da delação premiada.

  • 14h54  

    O presidente da CPI, Hugo Motta, declara aberta a sessão. Paulo Roberto ainda não foi chamado para a sala.

  • 15h02  

    A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) questiona se o ato da mesa diretora que proibia o depoimento de presos dentro da Câmara foi flexibilizado novamente para o caso de Paulo Roberto Costa.

    O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), responde que o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) suspendeu o ato para todos aqueles que estiverem em prisão domiciliar, como está Costa atualmente.

  • 15h06  

    O ato da mesa diretora, de 2006, havia sido suspenso temporariamente quando a CPI convocou o ex-diretor Renato Duque, acusado de intermediar propinas para o PT. Não foi flexibilizado, porém, para a CPI convocar o lobista Fernando Baiano, acusado de intermediar propinas para o PMDB --partido do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, investigado na Operação Lava Jato, justamente a quem caberia flexibilizar o ato para levar Fernando Baiano à Câmara.

  • 15h07  

    O ex-diretor Paulo Roberto Costa já está na mesa da CPI e faz o juramento, prometendo dizer a verdade.

  • 15h12  

    "Trabalhei na empresa [Petrobras] por 35 anos. Até eu receber o primeiro contato político, porque eu trabalhei 27 anos em vários órgãos da Petrobras, galgando várias posições na companhia e nunca precisei de apoio político pra realizar a minha trajetória. Foi por minha capacidade que eu alcancei os vários postos que eu tive na empresa. Infelizmente, para chegar à diretoria da Petrobras, não se chega sem apoio político e eu tive a infelicidade de aceitar esse apoio político pra alcançar o cargo de diretor da Petrobras e a partir desse momento aconteceu tudo que aconteceu", afirmou Paulo Roberto em sua introdução.

  • 15h14  

    Costa disse ainda que se arrependeu do que fez e, se pudesse voltar ao passado, não o repetiria.

    "Me arrependo amargamente do que aconteceu. Minha família está sofrendo, eu estou sofrendo. Se eu pudesse voltar ao passado nada disso eu faria. Mas espero que seja uma oportunidade para o Brasil passar a limpo uma série de coisas, em todos os níveis", afirmou.

  • 15h22  

    Questionado pelo relator Luiz Sérgio (PT-RJ) sobre uma retificação em seu depoimento, negando haver superfaturamento nas obras, Costa afirmou que não mudou sua fala e sustentou que as empreiteiras embutiam um sobrepreço de até 3% para poder pagar propina.

    "O que acontecia, pela formação do cartel, você tinha um sobrepreço, um sobrepreço em cima daquilo que ela [a empresa] achava conveniente colocar como proposta. Não tem variação nenhuma na minha delação. Se a empresa achava que pra ela era confortável ganhar 12% [de lucro], ela colocava 3% acima pra fazer a distribuição pra grupo político, pra pessoas da Petrobras, pra intermediários do processo. O sobrepreço era os 3%, era o 2%, era o 1%, que se não tivesse a formação do cartel não teria porque seria um processo competitivo. Por não ser competitivo tinha esse sobrepreço", disse.

  • 15h22  

    Também questionado pelo relator Luiz Sérgio (PT-RJ), Costa afirmou que não havia achaque às empresas e que elas contribuíam para agradar a classe política porque tinham interesses em obras tanto na Petrobras como em outras áreas.

  • 15h31  

    Repetindo o que falou em sua delação premiada sobre as doações privadas, o ex-diretor disse que ouviu vários empresários falando que cobravam posteriormente a conta das doações.

    " Não existe doação de empresa que elas não queiram recuperar depois o que foi doado. Isso me foi dito por mais de um empresário. Se ela doa R$ 5 milhões, vai querer recuperar na frente R$ 20 milhões", declarou.

    "Isso remonta a aquilo que no mundo empresarial se fala muito: não existe almoço de graça. Por que uma empresa de capital privado ou com ações em bolsa vai doar R$ 10 milhões, R$ 20 milhões pra uma campanha eleitoral? Por que? Qual o motivo? Que a população brasileira coloque isso com muita clareza na sua cabeça. Por que uma empresa vai doar R$ 20 milhões pra uma campanha se ela não tiver algum motivo na frente pra cobrar isso? Por que? Isso precisa ser respondido. Repito e confirmo o que eu falei", disse Costa.

Pixel tag
Publicidade
Publicidade