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CPI da Petrobras: Ex-diretor Paulo Roberto Costa presta depoimento

Maior delator do esquema de corrupção na Petrobras, o ex-diretor Paulo Roberto Costa presta novo depoimento à CPI que investiga os crimes de corrupção na estatal.

Costa afirmou que a Petrobras sabia da existência de um cartel de empreiteiras atuando nos contratos da estatal, mas que nenhuma medida foi tomada para coibi-la.

Disse, ainda, que a defasagem no preço da gasolina é um problema muito maior para a Petrobras do que a Operação Lava Jato. Ele calculou que o "rombo" da Lava Jato é 10% do rombo provocado por essa defasagem, e disse que o governo "arrebentou" com a estatal.

"O governo segurou o preço do diesel, o preço da gasolina, e esses valores possivelmente deram rombo de R$ 60 bilhões", disse.

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  • 15h44  

    Ainda questionado pelo relator Luiz Sérgio (PT-RJ), direcionando o depoimento contra o PSDB, o ex-diretor Paulo Roberto Costa confirmou ter pago propina ao então senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) para impedir o andamento de uma CPI sobre a Petrobras.

    Costa afirmou que teve uma reunião com Guerra em um hotel, por intermédio do deputado Dudu da Fonte (PP-PE).

    "Me foi dito naquele momento, pelo senador Sérgio Guerra, junto com o deputado Eduardo da Fonte, que estava ocorrendo uma CPI sobre a Petrobras e que isso podia ser minorado ou acabado ou postergado esse evento, mas precisava ter um ganho financeiro, precisava ter um ajuste financeiro em relação a esse tema", disse Costa.

  • 15h52  

    Costa afirmou que era chamado para discutir orçamentos que estavam altos, mas que a aprovação de aditivos dependia de toda a diretoria executiva. "Quem aprovou todos foi a diretoria executiva da Petrobras. Tá errado? Vossas excelências responsabilizem a diretoria da Petrobras toda, porque não foi uma pessoa só que aprovou", disse.

  • 15h58  

    Costa explica que um dos motivos que deram origem aos problemas foi o fato de a Petrobras ter aceitado licitar obras sem estar com o projeto básico definido, por uma decisão da cúpula da estatal --não detalhou de quem.

    "Precisavam das obras com emergência porque o Brasil estava importando gasolina e diesel e isso era muito ruim", justificou.

  • 15h59  

    O ex-diretor disse que nunca se reuniu com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

    "Nunca estive pessoalmente com o senhor João Vaccari Neto. Uma vez em um restaurante em São Paulo, eu estava almoçando com o Alberto Youssef, na saída Alberto Youssef acenou pro João Vaccari e me falou que aquela pessoa era o João Vaccari. Eu pessoalmente nunca tive nenhuma reunião com o Vaccari", afirmou Costa.

  • 16h06  

    Costa também confirmou que intermediou uma "ajuda financeira" para campanha eleitoral do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto no ano passado em um acidente de avião.

  • 16h14  

    Questionado pelo deputado Bruno Covas (PSDB-SP) sobre sua relação com a presidente Dilma Rousseff, Paulo Roberto Costa confirmou ter sido convidado e ter participado do casamento da filha de Dilma, mas disse que nunca conversou com ela sobre a corrupção na Petrobras.

  • 16h20  

    Costa declarou que aspirava se tornar diretor da Petrobras, mas que sabia que teria "problemas" ao ser apadrinhado por um partido.

    "Não posso dizer que eu não tinha aspiração de um dia chegar ao cargo de diretor. Tinha. Eu tinha sonhos. (...) Eu como engenheiro tinha sonhos de chegar à diretoria. Obviamente sabia que ia ter problemas, não sabia a extensão do problema. Na primeira conversa que eu tive com o deputado José Janene [à época do PP, morto em 2010] ele falou 'nós vamos te apoiar e você vai ajudar o partido'."

  • 16h21  

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    O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, durante depoimento à CPI da estatal (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

  • 16h26  

    O ex-diretor diz que sabiam da existência do cartel, mas não tomaram medidas para coibi-lo.

    "Sabiamos do cartel? Sabíamos. Não tomamos nenhuma ação? Não tomamos nenhuma ação. Aí que nós erramos."

  • 16h28  

    Costa afirma que a investigação da Operação Lava Jato deveria ser aprofundada na área de Exploração e Produção, por ter o maior orçamento.

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