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CPI da Petrobras: Ex-diretor Paulo Roberto Costa presta depoimento

Maior delator do esquema de corrupção na Petrobras, o ex-diretor Paulo Roberto Costa presta novo depoimento à CPI que investiga os crimes de corrupção na estatal.

Costa afirmou que a Petrobras sabia da existência de um cartel de empreiteiras atuando nos contratos da estatal, mas que nenhuma medida foi tomada para coibi-la.

Disse, ainda, que a defasagem no preço da gasolina é um problema muito maior para a Petrobras do que a Operação Lava Jato. Ele calculou que o "rombo" da Lava Jato é 10% do rombo provocado por essa defasagem, e disse que o governo "arrebentou" com a estatal.

"O governo segurou o preço do diesel, o preço da gasolina, e esses valores possivelmente deram rombo de R$ 60 bilhões", disse.

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  • 16h46  

    A sessão tem um momento tenso quando o deputado André Moura (PSC-SE) criticou o ex-diretor Paulo Roberto Costa e perguntou por que ele foi flagrado sorrindo diversas vezes, como em uma churrascaria.

    Costa respondeu: "Eu não tenho felicidade nenhuma, que eu tenho sofrimento meu e da minha família. Tem um trecho, da oração de Santa Terezinha, se vossa excelência não conhece vale a pena conhecer. Que Jesus Cristo nos deu o dom da alegria para que nos momentos difíceis tenhamos condição de sorrir e crer mesmo quando houver escuridão dentro de nós".

    André Moura rebateu: "Se hoje a Petrobras passa pelo que passa, o senhor é um dos grandes responsáveis pelo esquema de corrupção. Não venha citar oração que com certeza não comove a mim e nem ao povo brasileiro."

  • 16h51  

    O deputado André Moura (PSC-SE) questionou Costa sobre a origem do processo de corrupção na Petrobras. O ex-diretor disse que a corrupção começou "em Brasília",m e o deputado insistiu para que ele cite nomes, mesmo com Costa dizendo que já os detalhou em sua delação premiada. Costa diz que foram "políticos do PP, do PMDB e do PT".

    Do PP cita José Janene, ex-deputado morto em 2010, o ex-ministro Mário Negromonte e o senador Ciro Nogueira (PI). Do PMDB, cita o presidente do Senado Renan Calheiros (AL) e o deputado Aníbal Gomes (CE).

    "Agora me foge o nome aqui que são tantos, daqui a pouco eu me lembro", disse, provocando risos.

    Citou posteriormente o senador Romero Jucá, do PMDB de Roraima, e o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (MA). Do PT, cita o senador Linbergh Farias (RJ) e o senador Humberto Costa (PE).

  • 17h00  

    Paulo Roberto Costa afirma que a compra da refinaria de Pasadena, que deu prejuízo à Petrobras, não era um mau negócio à época, repetindo discurso do ex-presidente José Sérgio Gabrielli.

    Ao dizer isso, um deputado comenta que "é brincadeira". Costa rebate: "Estou falando aqui muito sério. Se um de vossas excelências diz aqui que é brincadeira, aí fica difícil."

    E completou: "Comprar uma refinaria no maior mercado consumidor do mundo, que era os Estados Unidos, não era um mau negócio. Comprar uma refinaria nos EUA não era mau negócio não, não era mesmo. Isso pode ser comprovado tecnicamente."

  • 17h07  

    O ex-diretor afirmou que a defasagem no preço da gasolina é um problema muito maior para a Petrobras do que a Operação Lava Jato. Ele calculou que o "rombo" da Lava Jato é 10% do rombo provocado por essa defasagem e disse que o governo "arrebentou" com a estatal.

    "A Lava Jato é repugnante, não deveria ter acontecido. Com certeza eu tava errado. Mas o maior problema da Petrobras, que arrebentou a Petrobras, é a defasagem dos preços dos derivados que o governo segurou. O governo segurou o preço do diesel, o preço da gasolina, e esses valores possivelmente deram rombo de R$ 60, R$ 80 bilhões. Vamos imaginar que seja R$ 60 [bilhões]. A Lava Jato com R$ 6 bilhões dá 10% do rombo da Petrobras, que o governo manteve os preços congelados e arrebentou com a empresa. A Lava Jato é um problema? É. É o maior problema? Não é. O maior problema da Petrobras é a gestão política que fazem da companhia."

  • 17h34  

    Questionado novamente sobre o assunto, Costa disse que levou ao Conselho de Administração da estatal diversas vezes entre 2010 e 2012 a sugestão de aumento gradual do preço da gasolina, com estudos defendendo a ação. Segundo ele, o então presidente do conselho, Guido Mantega, à época ministro da Fazenda, negava o pedido.

    "Vale aqui colocar também que o [então] presidente Gabrielli, nesses assuntos todos que eu levava ajuste de preços, sempre me apoiou nos termos de me ajudar nos argumentos do ajuste de preços, mas infelizmente tanto eu como o presidente Gabrielli fomos votos vencidos", disse.

  • 17h42  

    O deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS) anunciou que vai apresentar requerimento para convocar o ex-presidente Lula a dar explicações sobre um possível tráfico de influência entre empreiteiras e o BNDES.

  • 17h48  

    O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), anuncia que a ida da comissão a Curitiba para ouvir investigados presos na Operação Lava Jato será nos próximos dias 11 e 12 de maio. Com a soltura dos empreiteiros, porém, a atividade deve se esvaziar.

  • 17h58  

    O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) questiona a Paulo Roberto Costa se todos os recursos de doações estão contaminados por propina, ao que o ex-diretor responde que "sim". Pergunta também se Costa é a favor do fim das doações privadas de campanha. "Eu acho que pra passar esse país a limpo, sim", disse o ex-diretor.

  • 18h01  

    Ainda em sua fala, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) cita o nome de todos os políticos alvo de inquéritos do STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Lava Jato e pede para Costa confirmar se teve contato com eles em situações de corrupção.

    Depois, defende que a CPI convoque os políticos, o que até agora não ocorreu. "Nós não convocamos nessa CPI até agora nenhum parlamentar, nenhum deputado, nenhum senador, nenhum ministro e nenhum governador. Vou exigir que na reunião de quinta [7] nós aprovemos uma bateria de pessoas citadas pelo Paulo Roberto", afirmou Ivan Valente.

  • 18h15  

    O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) bate boca com Paulo Roberto Costa, que lhe pede respeito.

    Marun questiona Costa sobre o aterramento de uma piscina em sua casa, suspeito de ter sido para esconder dinheiro, e o ex-diretor responde que isso foi feito porque havia um problema de vazamento crônico de água que não conseguia resolver e que sua esposa reclamava do preço da conta de água por isso.

    Marun chama então de "folclore" a declaração, dizendo que Costa roubou milhões e tinha dinheiro para pagar a conta.

    Costa diz: "Então o senhor manda fazer uma escavação".

    Marun rebate: "O senhor não erga a voz comigo". E pede respeito.

    Costa responde: "Estamos de pleno acordo mas o respeito tem que ser mútuo. Eu mereço ser respeitado. Eu sou um cidadão brasileiro, eu errei e estou pagando pelo que errei, agora eu mereço ser respeitado".

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