José Sérgio Gabrielli é ouvido na CPI da Petrobras no Senado

• 13h48  

  Obrigado por acompanhar com a Folha mais uma cobertura sobre o caso Petrobras. Boa Tarde!

• 13h47  

  O senador José Pimentel (PT-CE), relator da CPI da Petrobras, afirmou que o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli respondeu a cerca de 200 perguntas e deu por encerrada a audiência.

• 13h45  

  Folha Explica O TCU investiga superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, numa parceria acertada entre os então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. A parceria não foi concluída. As investigações já duram mais de seis anos. A obra ficaria em torno de US$ 2 bilhões, mas a estimativa é que a construção deve custar em torno de US$ 18 bilhões. Em apenas um processo, os auditores verificaram que aditivos nos contratos acresceram cerca de R$ 943 milhões. Contudo, o TCU ainda não concluiu a investigação sobre superfaturamento nas obras da refinaria de Abreu e Lima.

• 13h40  

  José Sérgio Gabrielli Em 1998, foi publicado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso um decreto-lei 2475/98, com base na lei 9.478, que diz que a Petrobras tem um regime diferente de compra. O TCU já emitiu vários pareceres em relação a essas compras.

• 13h39  

  José Sérgio Gabrielli A PDVSA não participa do negócio. Fui inúmeras vezes para Caracas [Venezuela]. Refinaria não é uma coisa simples, é complicada. A Petrobras já estava na Venezuela, que transformou a estatal em sócia devido uma modificação na legislação venezuelana. Os investimentos foram feitos na refinaria. A dívida da refinaria com o BNDES é precedida de estudos de viabilidade técnica e econômica. Está errada a reportagem do "Valor". A discussão ocorre no âmbito da diretoria da Petrobras e não na refinaria. Considerando que a refinaria deveria ser rapidamente construída, devido a necessidade de mercado, tomamos a decisão de pular algumas etapas do planejamento para acelerar a construção.

• 13h32  

  José Sérgio Gabrielli Quais os efeitos da refinaria de Abreu e Lima? Um é o câmbio. A variação da taxa cambial alterou os custos. Cerca de 95% dos investimentos são compras em reais e não em dólar. Se tem R$ 100 e a taxa de câmbio é R$ 1 por dólar, precisa de US$ 100 milhões de dólares. Portanto, a variação da taxa de câmbio varia o valor da refinaria. Entre 2007 e 2011, houve uma apreciação do Real, que cai R$ 3,70 por dólar para R$ 1,70. Com isso, o porto de Suape custou US$ 256 milhões à Petrobras. Chegamos a ter 70 mil funcionários na refinaria, portanto, houve um alto custo. As projeções iniciais, em uma fase muito preliminar era US$ 2 bilhões e, depois, chegou a valor estimado em US$ 18 bilhões. Ela está em fase final, quase 90% construída e deve entrar em produção no final de 2014. O tempo médio de construção é de 6 a 7 anos.

• 13h22  

  José Sérgio Gabrielli A refinaria de Abreu e Lima foi pensada para ser exportadora de derivados e que as obras da refinaria estão atrasadas. Em 2005, nós tínhamos uma série de negociações com várias refinarias no Nordeste. Essas negociações ocorriam no Nordeste porque a refinaria do Brasil mais ao Norte era a do Clóvis, que tem capacidade de expansão de produção limitada. Se o mercado do Nordeste ia crescer, precisava criar uma refinaria no Nordeste. Havia negociação anterior, não foi iniciada por nós. A parte norte do Centro-Oeste poderia ser atendida por uma refinaria do Nordeste. Havia uma vantagem também porque poderia transformar uma plataforma exportadora de refino para Europa, Caribe e para os EUA. O deficit entre expansão do consumo e capacidade refino era muito maior no Nordeste que no Sudeste. A Venezuela é um país que está em cima de enorme reservatórios de petróleo não convencional, de petróleo extrapesado. É um petróleo vazio de extrair porque está perto da superfície. Por isso, a parceria com a PDVSA. No entanto, não deu certo, não chegamos a realizar a sociedade. Nem na produção na Venezuela nem no refino no Brasil.

• 13h20  

  O senador José Pimentel (PT-CE), relator da CPI da Petrobras, começa nova rodada de perguntas. O relator questiona a capacidade da refinaria de Abreu e Lima quando estiver pronta. O senador também questiona os custos discrepantes na construção da refinaria de Abreu e Lima e a participação de Paulo Roberto Costa na compra.

• 13h13  

  Folha Explica Em outubro de 2013, um ex-funcionário da SBM denunciou no site colaborativo Wikipedia, que funcionários da Petrobras teriam recebido US$ 139 milhões da SBM em propinas, entre 2007 e 2011. A Petrobras fez investigação interna e disse não ter encontrado irregularidades. A SBM concluiu que pagamentos de US$ 127 milhões foram feitos ao "principal representante" no Brasil, mas que corresponderam a serviços prestados. O caso é investigado pela Controladoria Geral da União, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.

• 13h12  

  José Sérgio Gabrielli Em relação a SBM, não é uma empresa pequena, mas grande. Portante, os relacionamentos com SBM começou em junho de 2001, após o afundamento da P-36, maior plataforma de produção de petróleo.