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Donald Trump se torna o 45º presidente dos EUA; siga a posse
O republicano Donald Trump, 70, tomou posse nesta sexta-feira (20) como o 45º presidente dos Estados Unidos —o mais velho a assumir a Casa Branca.
Em seu primeiro discurso como presidente, Trump adotou tom agressivo e protecionista. Ele prometeu transferir o poder político de Washington para os americanos e disse que o povo não será ignorado pelo governo. "Vamos trazer de volta nossos empregos, nossas fronteiras, nosso patrimônio e sonhos." Leia aqui a íntegra do discurso.
Nas ruas de Washington, manifestantes realizam protestos contra o governo Trump. Alguns grupos entraram em confronto com a polícia a poucas quadras do trajeto do desfile presidencial. Mais de 200 pessoas foram detidas.
O desfile está marcado para começar as 18h (horário de Brasília), quando Trump sairá do Capitólio rumo à Casa Branca. À noite, ele e a primeira-dama, Melania, devem comparecer a três bailes oficiais.
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Patrícia Campos Mello/Folhapress Protesto em Washington contra o presidente dos EUA, Donald Trump Patricia Campos Mello, enviada especial a Washington - Uma multidão munida de cartazes contra o presidente recém-empossado Donald Trump saiu da union Station ao meio dia e caminha em direção à praça McPherson, próxima à Casa Branca. Os manifestantes carregam cartazes "Trump não é meu presidente", "Contra o racismo", "Imigrantes são bem-vindos". No congestionamento que se formou nas ruas vizinhas, motoristas fizeram um buzinaço em solidariedade.
Nas posses de Barack Obama, em 2013 e 2009, houve um número insignificante de protestos. Na posse de George W Bush em 2001, houve alguns protestos espalhados pela cidade, mas nenhum dano significativo. Nesta sexta-feira (20), várias vitrines de lojas no centro de Washington foram quebradas e a polícia estava dispersando manifestantes com gás de pimenta. Ainda não havia números sobre manifestantes, mas houve um número bem maior de protestos —a última vez em que a capital foi sacudida por tantos protestos foi na posse de Richard Nixon, quando houve várias manifestações contra a guerra do Vietnã.
O protesto foi organizado pelo movimento #DisruptJ20 (atrapalhe 20 de janeiro), e foi convocado pelas mídias sociais.
Dierdre Price, 47, veio do Estado da Pensilvânia para participar do protesto durante a posse e a Marcha das Mulheres, que se realiza amanhã. Ela carregava um cartaz com os dizeres: "PeeOTUS" e gotas de urina desenhadas. O cartaz misturava POTUS (sigla para presidente dos estados unidos) e pee (urina), uma menção ao dossiê não comprovado que circulou por Washington, com acusações de que Trump teria se submetido a práticas sexuais não ortodoxas como ser urinado por prostitutas em uma visita à Rússia.
"Se eu não mantiver o bom humor, não vou conseguir permanecer sã", disse.O aposentado Drew Allbritton, que era registrado como republicano e trabalhou no governo de Ronald Reagan, carregava um cartaz com os dizeres: Government of Putin (GOP), uma brincadeira misturando a sigla que identifica o partiudo republicano (grand old party) e a simpatia do presidente eleito pelo líder russo Vladimir Putin. "Eu vivi a guerra fria, eu sei do que os russos são capazes, e sei que Trump não vai fazer nada para impedi-los."
Um dos netos de Trump, filho de Ivanka, roubou a cena com brincadeiras enquanto estava no colo da mãe, atrás do presidente Trump quando ele assinava suas primeiras ordens executivas.
Reprodução A conta de Twitter do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Trump agora mudou a imagem de fundo da conta do presidente dos EUA. A imagem anterior, que Trump colocou assim que tomou posse, tinha diversas bandeiras americanas e era de quando Obama tomou posse em 2009.
Kevin Lamarque/Reuters O presidente dos EUA, Donald Trump, gesticula antes do discurso de posse em Washington Em discurso agressivo, Trump defende colocar EUA como prioridade
DE SÃO PAULO — Ao tomar posse nesta sexta-feira (20), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um discurso agressivo e protecionista, ressaltando a necessidade de priorizar o país e criticou os políticos tradicionais.
No início, usou um tom mais diplomático ao se referir ao seu antecessor, Barack Obama, e sua mulher, Michelle, por "sua amável ajuda durante a transição". "Eles foram maravilhosos", afirmou.
Em seguida, porém, incorporou a retórica usada na campanha presidencial e fez diversas críticas do democrata, a começar por declarar que estava retomando o controle do poder para a população.
"O dia 20 de janeiro de 2017 será lembrado como o dia em que o povo voltou a ser quem comanda esta nação. Os homens e mulheres esquecidos nunca mais serão esquecidos. Agora todos os ouvem."
O republicano afirma que o país passa por "uma carnificina" provocada pela pobreza, a baixa geração de empregos e problemas no sistema educacional, que levam a população para a criminalidade, as quadrilhas e as drogas.
Ele citou como princípio de sua administração "América Primeiro", e declarou que todas as decisões em comércio, impostos, imigração e política externa serão feitas para beneficiar trabalhadores e famílias americanas.
"Vamos buscar a amizade e boa vontade com as nações deste mundo —mas nós vamos fazer com o entendimento de que é direito de todas as nações colocarem seus interesses na frente."
Também defendeu a união do mundo civilizado contra o terrorismo islâmico, "que vamos erradicar por completo da face da Terra". Por fim, pediu a união dos americanos, mas sem citar os imigrantes.
"É tempo para lembrar que não importa se somos brancos, pardos ou negros, nós sempre acreditamos no mesmo sangue dos patriotas. Nós temos as mesmas glórias e liberdades, e saudamos a mesma bandeira americana."
Neste momento, ainda no Capitólio, o presidente Trump assina suas primeiras ordens executivas.
A Casa Branca informou que o secretário de Segurança Nacional de Obama, Jeh Johnson, era o "sobrevivente escolhido" caso um ataque ocorresse durante a cerimônia de posse e Trump e Pence fossem mortos.
A função ficou famosa depois da estreia da série americana "Designated Survivor", com Kiefer Sutherland. No seriado, um atentado terrorista ao Capitólio mata o presidente, o vice e todos os congressistas, fazendo com que o personagem de Sutherland, um funcionário da Casa Branca, assuma a Presidência.
Manuel Balce Ceneta - 13.jan.2017/Associated Press O secretário de Segurança Nacional de Obama, Jeh Johnson Em sua conta, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), deu parabéns a Trump sem citar seu nome. O presidente americano já fez críticas a organização.
Em sua conta, Trump cita as mesmas frases de seu discurso de posse.
A cantora Adele publicou imagem em agradecimento a Obama.
Segundo conta do metrô de Washington, 193 mil pessoas foram para a cerimônia de posse, menos do que os 513 mil do primeiro mandato de Obama.