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Deputados aprovam abertura do processo de impeachment de Dilma; acompanhe
A Câmara dos Deputados aprovou neste domingo (17) a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A barreira de 2/3 dos votos necessários da Casa para a continuação do rito foi atingida.
A votação continua, mas 342 parlamentares, entre os 513 da Casa, já votaram a favor.
A derrota na Câmara não significa o afastamento imediato de Dilma. A decisão dos deputados precisará ainda ser confirmada por maioria simples pelo Senado, o que deve acontecer até o início de maio.
Na primeira etapa do processo, que durou 43 horas, quase 120 deputados discursaram. A votação do impeachment no plenário segue a ordem Norte-Sul, alternada por Estados. Assim, o primeiro Estado a votar foi Roraima, e Alagoas será o último. Dentro dos Estados, a ordem de votação dos deputados é a alfabética.
Em São Paulo, manifestação a favor do impeachment reuniu 250 mil pessoas na avenida Paulista, de acordo com o Datafolha. Ato contra a saída da presidente Dilma teve 42 mil pessoas no Vale do Anhangabaú.
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"Parece que vamos perder hoje, mas isso foi apenas uma batalha", diz manifestante contrária ao impeachment
RIO - Alguns manifestantes começam a deixar a Lapa, onde contrários ao impeachment acompanharam a votação. Roseany Lopes, 55, que é professora afirmou que mesmo com a aparente derrota não desistirá de protestar.
"Estou indo embora porque amanhã trabalho cedo. Parece que vamos perder hoje, mas isso foi apenas uma batalha, iremos brigar até o final. Isso é um crime. Não podemos deixar a presidente sozinha ela é inocente", afirmou a militante.
"Temer não é solução, mas o impeachment é para a gente respirar"
DE SÃO PAULO - Mãos juntas e olhos fechados, a assessora de eventos Juliana Nascimento, 25, passou boa parte de votação orando.
Da religião batista, ela disse que "conversava com Deus" pelo país.
"Queremos que o país e os brasileiros não se afoguem. O Temer não é a solução, mas o impeachment é para a gente respirar diante da situação. Depois do impeachment, deve ter uma limpeza geral", disse.
Católico não praticante, o namorado dela Felipe Gennari, 27, que é consultor em educação, passou o tempo todo agarrado a ela durante a votação.
Giba Bergamim Jr./Folhapress A assessora de eventos Juliana Nascimento, 25, e seu o namorado, Felipe Gennari, 27, consultor em educação, em ato pró impeachment Florianópolis teve pipoca verde e amarela
FLORIANÓPOLIS - Devido ao horário, o público favorável ao impeachment reunido na capital catarinense diminui consideravelmente. No auge, por volta das 20h, os organizadores estimavam 3.000 pessoas reunidas. Para a PM eram 2.000 manifestantes. Parte dos ambulantes também já foi embora. Um deles fez sucesso vendendo pipoca doce nas cores verde e amarelo.
Líder do governo na Câmara reconhece derrota
BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), reconhece a derrota no salão verde. Ele diz que a "luta continua". "Tem luta na rua e tem luta no Senado Federal."
"Eu não sou de fugir da luta, sei perder e sei ganhar. Mas estou inteiro para continuar lutando pela democracia", afirmou.
Guimarães disse ainda que "os golpistas foram mais fortes"."Perdemos porque os golpistas foram mais fortes. Reconhecemos a derrota, mas de cabeça erguida."
Manifestante faz greve de fome por impeachment
BRASÍLIA - André Rhouglas, 55, diz estar em greve de fome há quatro dias e que comerá só após a aprovação do impeachment na Câmara.
Desde a manhã de quinta-feira (14), ele só toma água. "Na ocasião da aprovação da Lei da Ficha Limpa, fiquei cinco dias sem comer", afirma ele, que faz placas e trabalha como locutor e empresário do ramo de publicidade.
Casado e pai de três filhos, ele dá como certo que fará uma refeição está noite.
Paula Reverbel/Folhapress André Rhouglas, 55, em greve de fome há quatro dias por aprovação do impeachment na Câmara Deputado e ex-ministro muda voto e diz 'sim' ao impeachment
O deputado e ex-ministro da Aviação Civil Mauro Lopes votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele havia declarado voto contrário ao processo.
Lopes assumiu o cargo de ministro da Aviação Civil em 17 de março, como parte do rearranjo de Dilma para tentar evitar sua destituição. Ele reassumiu o mandato de deputado federal justamente com o compromisso de engrossar os votos pró-Dilma.Veja como alguns deputados mineiros declararam o voto na sessão do impeachment
Adelmo Carneiro Leão (PT): "Quero me dirigir a você eleitor, eu não estou aqui para homenagear meus filhos, minha mulher, meus amigos ou parentes ou eleitores, não estou aqui nem mesmo para homenagear a minha cidade natal, estou aqui para fazer um julgamento de impeachment da presidente Dilma. Esse julgamento me coloca diante de uma posição. Votar em impeachment só é possível com crime de responsabilidade, não havendo, é golpe, e golpe nós não podemos votar com ele."
Brunny (PR): "Votar sim pelo impeachment é muito mais fácil, por isso eu voto contra porque eu sou PR."
Dimas Fabiano (PP): "Hoje é o dia certo de fazer a coisa certa, da maneira certa. Pela minha mulher, pelos meus filhos, pelo Brasil e por MG, meu voto é sim."
Domingos Sávio: "Pelos valores da família, pelos homens livres e de bons costumes, em respeito a esse povo brasileiro que não aguenta mais esse desgoverno. Meu voto é sim."
Fábio Ramalho (PMDB): "Eu pedi a Deus que me desse sabedoria para fazer um voto com dignidade, eu pedi a deus que me iluminasse e nesse momento em nome de milhares de mineiros que me pediram para votar a favor do impeachment, estou aqui para declarar o meu voto."
Gabriel Guimarães (PT): "Com a certeza que a presidente não cometeu nenhum dos crimes, o que será confirmado adiante, voto não."
George Hilton (PROS): "Quero fazer hoje uma homenagem a todos os que lutaram pelo voto popular. Muitos deles pagaram por suas vidas, e essa Casa não tem o direito hoje, já que as ruas estão divididas. Trabalhei para a presidente e sei o quanto ela é uma mulher honrada."
Jô Moraes (PCdoB): "Em homenagem àqueles que deram a vida para que a democracia florescesse nesse país, para que os filhos não vivam o que eu vivi na ditadura. Eu digo não a essa vergonhosa fraude política e lembro aqui as palavras de Tancredo Neves: "o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade. A luta apenas começou." Eu digo não a esta fraude!"
Júlio Delgado (PSB): "Eu não acho legítimo que um suspeito presida uma sessão como essa. Cunha, sua hora vai chegar. Não é por você nem por seus golpes que eu vou deixar de votar sim."
Leonardo Monteiro (PT): "Não reconheço legitimidade nesse processo. Nós temos um presidente da Câmara que não tem legitimidade para conduzir um processo como esse."
MBL tem grupo de animadores de platéia
DE SÃO PAULO - O palco do MBL (Movimento Brasil Livre) tem um grupo de animadores de platéia. São jovens que carregam bandeiras e faixas e passam o tempo todo dançando e pedindo para as pessoas gritarem a cada voto favorável ao impeachment.Segundo a coordenação do grupo, nenhuma das pessoas que estão no palco em frente ao Masp, na avenida Paulista, é contratada. Somente receberão cachê os integrantes do Trio Carreta Furacão. O dinheiro teria sido arrecadado pelo crowdfounding, mas nem o movimento, nem o coreógrafo do trio, André Jack Dancer Caetano, revelaram o valor pago.
Giba Bergamim Jr./Folhapress Grupo de animadores de plateia no palco do MBL Deputado do PTdoB que não declarava voto é a favor do impeachment
O deputado Luis Tibé (PTdoB-MG) votou a favor do impeachment da presidente Dilma. Ele não declarava o seu voto.