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A baixa desta sexta-feira foi puxada pelas ações da Petrobras; a companhia anunciou hoje que uma plataforma de perfuração de poços de petróleo a seu serviço adernou na Bacia de Campos, na região norte do Rio de Janeiro, nesta madrugada; os papéis preferenciais (mais negociados e sem direito a voto) da estatal cederam 3,21%, a R$ 13,59 –menor valor desde 2005. Já os ordinários (menos negociados e sem direito a voto) tiveram desvalorização de 2,55%, a R$ 12,99. Juntas, essas ações representam cerca de 12% do Ibovespa; Leia mais
Com investidores avaliando negativamente dados fiscais do governo brasileiro, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (28) com desvalorização de 1,08%, aos 47.094 pontos; o índice acumulou perda de 1,14% em fevereiro, seu quarto mês seguido no vermelho. Na semana, houve retração de 0,60%; Leia mais
José Gonçalves, economista da Fator Corretora: "O resultado fiscal do primeiro mês deixou dúvidas esperadas sobre a trajetória do superavit primário e da dívida pública em relação ao PIB em 2014. Um mês apenas não é suficiente para concluir sobre o resultado. As indicações, porém, não são lá muito animadoras. A receita do Tesouro cresceu pouco ou nada, em termos líquidos. A despesa cresceu bem mais --e nos itens em que aparentemente o governo quer cortar. Cabe verificar se foi exatamente por esta razão que tais despesas subiram tanto antes da definição da meta ou o inverso"
Para José Gonçalves, economista da Fator Corretora, o que mais assustou os investidores foi o fato de que, em 12 meses, o superavit primário do setor público caiu de 1,9% para 1,67%, quando a meta proposta pelo governo para 2014 foi de 1,9% (composto 1,55% do governo central e 0,35% de Estados e municípios e estatais)
Julio Hegedus, economista da consultoria Lopes Filho: "O mercado nacional de ações já caiu muito desde o início do ano e, por isso, vai acabar ficando muito barato em dólar em algum momento, o que deve motivar a vinda momentânea de mais investidores estrangeiros, dando um certo alívio à Bovespa. No médio prazo, porém, a perspectiva continua negativa. O dólar também vai continuar pressionado. Os dados de superavit primário do governo central, divulgados hoje, azedaram parte do pequeno otimismo gerado com a meta fiscal do governo, anunciada mais ceno no mês. O mercado teme que o número ruim se prolongue para os demais meses do ano, o que mantém pressão sobre o dólar"
Julio Hegedus, economista da consultoria Lopes Filho: "Além de uma piora nos indicadores econômicos americanos e chineses, que prejudicou as ações de grandes companhias da Bolsa brasileira em fevereiro, o Ibovespa foi pressionado por balanços de empresas. O cenário de desaceleração econômica se refletiu em números mais fracos das companhias, cujas ações perderam e ampliaram o clima de cautela na Bolsa brasileira no segundo mês do ano. A pressão deve continuar até que a temporada de resultados termine e até que começamos a ver indicadores econômicos (especialmente ligados às contas públicas) mais positivos no Brasil"
Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora: "No câmbio, o dólar vai continuar pressionado tanto pelas questões internas (dúvida sobre a capacidade do governo em cumprir sua meta fiscal e a ameaça de corte da nota soberana do país) quanto pelas questões externas (corte do estímulo nos EUA). O mercado de câmbio vai monitorar cada vez mais de perto as decisões da Janet Yellen (presidente do banco central americano) para saber quando ela pretende subir os juros nos EUA. Quando isso acontecer, deve haver fuga de capital dos emergentes. Mas deve ser apenas em 2015."
Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora: "A incerteza é até quando o problema climático vai continuar prejudicando os indicadores de atividade no exterior. Na minha visão, a partir de março os números podem começar a melhorar e o mercado verá com mais firmeza o crescimento dos EUA e da China. Isso deve causar uma retomada dos índices de ações no exterior e beneficiar a Bovespa. As referências internas, no entanto, podem atrapalhar esse movimento. O Brasil tem que mostrar números melhores que os vistos hoje de manhã, por exemplo, para a Bolsa poder voltar a subir"
Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora: "A queda da Bolsa no mês foi muito puxada por Petrobras e Vale. As siderúrgicas caíram muito também, especialmente por conta de dados que mostraram uma desaceleração da China. A Bolsa já caiu demais. Indicadores econômicos dos EUA e da China vieram fracos nos primeiros dois meses do ano, influenciados negativamente pelo inverno severo no hemisfério norte"
A ANP interditou a sonda SS-53, operada por empresa contratada da Petrobras na Bacia de Campos, que adernou 3,5 graus na madrugada desta sexta-feira (28); a Marinha, por sua vez, instaurou inquérito para investigar as causas do incidente com o equipamento; a sonda, de propriedade da empresa americana Noble, teve problemas depois de um vazamento em um tanque, causado pela falha em uma das boias submarinas responsáveis por conferir estabilidade ao equipamento; Leia mais