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Motoristas e cobradores de ônibus fecham terminais em SP
Os motoristas e cobradores de ônibus paralisam desde as 10h desta quarta-feira (18) os terminais de ônibus de São Paulo, por reajuste salarial.
Segundo o Sindmotoristas (sindicato da categoria), a paralisação está programada para ocorrer até as 12h.
Os motoristas e cobradores reivindicam reajuste de 5%, além da correção da inflação, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 2.000, convênio médico gratuito, seguro de vida e auxílio funeral.
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A Folha encerra agora a cobertura do protesto dos motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo. Boa tarde.
O protesto realizado pelos motoristas e cobradores de ônibus fez com o trânsito em São Paulo ficasse até 49% acima da média –o pico se deu às 11h, com 115 km. Para o dia e para o horário, a média máxima de lentidão é de 77 km, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Todos os 29 terminais da cidade de São Paulo ficaram paralisados. A suspensão das atividades atingiu também os motoristas que estavam circulavam pelas ruas da cidade. Muitos passageiros relataram à Folha que tiveram de descer dos coletivos nos corredores de ônibus.
Por volta das 12h30, a situação era tranquila, sem aglomerações, no terminal Dom Pedro 2, na região central da cidade. Alguns ônibus, como o da linha 2552 Vila Mara, articulado, saem com poucos passageiros.
Guilherme Brendler/Folhapress Ônibus voltam a circula no temrinal Dom Pedro 2, região central de São Paulo Por volta das 12h10, os passageiros começam a embarcar no terminal João Dias, na zona sul da cidade. As pessoas aguardam em enormes filas para poder embarcar.
Nos demais terminais também já terminou o protesto dos motoristas e cobradores de ônibus. Aos poucos, os passageiros começaram a embarcar e os ônibus começaram a deixar os terminais. Parte do coletivo deixa o terminal vazio para atender aos passageiros que estão nas ruas.
No terminal Dom Pedro 2, funcionários da SPTrans (empresa municipal de transporte) coordenam saída dos primeiros ônibus do terminal. Do lado de fora, há uma enorme fila de coletivos à espera para entrar no terminal.
Guilherme Brendler/Folhapress Funcionários da SPTrans coordenam saída dos primeiros ônibus do terminal Dom Pedro 2 Pouco depois do meio-dia, alguns ônibus vazios começaram a deixar o terminal. Por volta das 12h15, os ônibus começaram a sair do terminal com passageiros.
Logo no início da paralisação, a dona de casa Walkiria de Carvalho, 27, também foi obrigada a saltar do ônibus no terminal João Dias, na zona sul. Ela estava com um bebê de um ano no colo, que dormia, enrolada em uma manta.
Marina Estarque/Folhapress Walkiria de Carvalho com bebê de um ano aguarda retorno da circulação dos ônibus Carvalho disse que não tinha dinheiro para seguir viagem e precisaria esperar duas horas no terminal. Segundo ela, uma funcionária prometeu que a colocaria novamente em um ônibus, quando o serviço retornasse. "Se eu soubesse, não tinha embarcado. Ninguém avisou nada na Capelinha, quando eu entrei no ônibus. Meu irmão passou o bilhete único para mim, e agora eu não tenho dinheiro para outra passagem", explica ela.
A circulação de ônibus foi retomada por volta das 12h10 no terminal. Muitas passageiros já formavam fila antes mesmo do término da paralisação.
Marina Estarque/Folhapress Passageiros formam filas para embargar após paralisação dos motoristas Nelcy Borges, 70, e a amiga Dirce Messias, 82, estavam em um dos ônibus que pararam centenas de metros antes do terminal João Dias, na zona sul da cidade. As duas senhoras tiveram que caminhar na chuva, se equilibrando uma na outra, para não tropeçar no piso irregular.
Borges havia levado a amiga, que tem doença de Chagas, causada por um parasita, a uma consulta no Hospital das Clínicas. As duas moram em Itapecerica e estavam fazendo o trajeto de volta. "É um absurdo, um horror! Você sai de casa sem saber nada e passa por isso. Ter que andar na chuva, com uma pessoa doente, que palhaçada!", reclamou Borges. Ela acredita que o motorista poderia ter se aproximado do terminal, para deixá-las, mesmo com a paralisação.
Marina Estarque/Folhapress Nelcy Borges e a amiga Dirce Messias no terminal João Dias O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, confirmou que todos os terminas da cidade estão paralisados e pediu 'bom senso' para se chegar a um acordo. "Ao menos 1,5 milhão de pessoas estão sendo prejudicadas com a paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus", disse Tatto.
"Nós fizemos sugestões no começo da semana com os empresários de ônibus e com o sindicato dos trabalhadores para que entrassem em entendimento e houvesse bom senso porque é um serviço essencial. A população da cidade de São Paulo depende muito do transporte sob pneus devido aos poucos quilômetros de trilhos que tem na cidade. Eles estão em um processo de negociação", disse o secretário em entrevista à rádio CBN.
Tatto disse ainda que a prefeitura tem cumprido com os seus compromissos. "A prefeitura tem cumprimento rigorosamente os contratos. Ela tem pago em dia todo o sistema, então, é uma relação privada entre patrões e empregados e, infelizmente, a população está pagando um preço alto em dia de chuva", disse.
Sobre o pedido de reajuste dos funcionários ser justo ou não, o secretário disse que "não entramos no mérito das reivindicações porque é uma relação trabalhista entre patrão e empregado. É uma negociação que eles têm que fazer entre eles. A prefeitura faz parte dela".
Avener Prado-1°.jul.2013/Folhapress Jilmar Tatto, secretário municipal de Transporte de São Paulo A SPUrbanuss (sindicato patronal) afirmou nesta quarta-feira (18) que todos os 29 terminais de São Paulo estão paralisados. O sindicato também diz ser "desnecessária a manifestação de motoristas e cobradores, mesmo em horário de menor movimentação de passageiros".
"As empresas associadas ao SPUrbanuss encaminharam aos empregados uma proposta de reposição salarial e de reajuste do ticket refeição, além da manutenção das cláusulas sociais. Foi a proposta possível, diante de um quadro de recessão econômica, aumento dos insumos do transporte público e queda da demanda de passageiros (com a consequente queda da arrecadação tarifária pela Prefeitura de São Paulo)", diz, em nota, o sindicato.
A SPUrbanuss ofereceu reajuste de 2,31% no salário e no ticket refeição da categoria. Além disso, o sindicato diz que as negociações ainda não foram encerradas. "As empresas associadas ao SPUrbanuss estão fazendo todos os esforços para conduzir essas negociações a um resultado positivo para todas as partes e espera que a categoria dos operadores entenda o momento econômico que o país e, principalmente, a cidade de São Paulo enfrentam e não cause prejuízos à população."
A chuva e a paralisação de motoristas e cobradores de ônibus também têm reflexo no congestionamento da cidade. Por volta das 11h30, a CET (Companhia Engenharia de Tráfego) registrava 113 km de morosidade -o que representa 13% dos 835 km de vias monitoradas, percentual está acima do índice máximo para o horário que é de 8,2%. As piores regiões são as zonas sul e oeste com 35 km e 34 km, respectivamente.
No horário, as piores vias eram a marginal Pinheiros: sentido Interlagos, com 7,4 km de lentidão na pista expressa, que se estende da rodovia Castello Branco até a ponte Eusébio Matoso, e a avenida dos Bandeirantes, sentido marginal Pinheiros, com 5 km de lentidão na pista expressa.