'Diálogos Transformadores' debate nova agricultura
Na continuação da série "Diálogos Transformadores", personalidades, especialistas e empreendedores sociais debaterão "Nova Agricultura: Uma Produção Mais Sustentável de Alimentos e Fibras", na quarta-feira (27), com transmissão ao vivo da "TV Folha".
Realizado em parceria com a Ashoka, o evento multimídia mistura entrevista e debate para discutir e apontar caminhos para assuntos emergentes da agenda sustentável.
Nesta edição, apresentada pelo Instituto C&A, formam o trio protagonista Pedro Paulo Diniz, criador da Fazenda da Toca, de produtos orgânicos; o chef Alex Atala, fundador do Instituto Atá, que trabalha pelo fortalecimento da cadeia do alimento brasileiro; e Silvio Moraes, representante para a América Latina da Textile Exchange e pesquisador de algodão orgânico, como protagonistas.
Também participam Rogério Dias, coordenador de agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Laércio Meirelles, pioneiro no desenvolvimento de certificações participativas de orgânicos, metodologia exportada para mais de cem países; e Arlindo de Azevedo Moura, presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão).
A plateia vai conhecer ainda os casos inspiradores de Cláudio Spínola, fundador da Morada da Floresta, referência em práticas sustentáveis na cidade de São Paulo; e Andrea Sousa Lima, que usa a agroecologia como ferramenta para empoderar mulheres na região do semiárido brasileiro.
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Rogério Dias, coordenador de produção orgânica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, falou sobre a atuação de governos frente a agricultura orgânica.
Dias fala sobre decisões anteriores que propiciaram marcos legais que permitiram programas como o Pró-orgânico e a definição de que os alimentos orgânicos fossem cultivados para consumo interno.
Ele também falou da importância de um processo de certificação de agricultores amplo, que contemple os grandes e pequenos e evite a concentração da produção.
Meirelles questiona os protagonistas sobre como podemos contribuir para que as pessoas nas cidades possam prestar atenção a questão dos alimentos
Alex Atala salienta que é importante não forçar as pessoas. Ele cita o exemplo de seus filhos e de como a convivência deles com a horta, com o plantio, desenvolveu uma nova relação entre eles e os alimentos.
"Agricultura orgânica é um Não ao agrotóxico, a concentração de terras, sementes", diz Laércio Meirelles engenheiro agrônomo e coordenador da ONG Centro Ecológico
O agrônomo destaca a agricultura orgânica como uma oposição ao uso desenfreado de agrotóxicos. Ele também destacou que o a agricultura orgânica possui uma base científica natural e que isso não deve ser modificado pela lógica de mercado, como acontece na agricultura tradicional.
Antes de o debate iniciar, a zootecnista e coordenadora de projetos da ONG Esplar, Andrea Sousa Lima, fala de sua experiência com mulheres que vivem na região do semiárido brasileiro.
Ela falou sobre o papel da mulher nos agrosistemas na região e como elas contribuem com o gerenciamento sustentável dos estoques de sementes, água e alimentos, além da produção de algodão.
Começa o segundo bloco
Eliane Trindade chama os debatedores ao palco:
Em instantes, o segundo bloco terá início.
Nesta parte, os protagonistas interagem com três debatedores: Laércio Meirelles engenheiro agrônomo e coordenador da ONG Centro Ecológico; Rogério Pereira Dias, coordenador de produção orgânica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e Arlindo de Azevedo Moura, presidente da Abrapa (associação Brasileira de produtores de Algodão).
Fim do primeiro bloco.
Em 15 minutos o "Diálogos" retorna para a exibição do segundo bloco.
Cláudio Spinola encerra o bloco falando de como é preciso contar com políticas públicas para que resíduos orgânicos não sejam levados à aterros sanitários. Para ele, falta fiscalização e esse descarte é feito em grande escala por conta da falta de informação e pela facilidade em descartar de forma errada devida a estrutura disponível e ao custo baixo.
Pedro Paulo Diniz, responde à pergunta de Cláudio Spínola, sobre o uso de técnicas de permacultura em grandes fazendas
Apesar do valor que essas técnicas, como a compostagem, podem trazer, ele destaca que a logística é o maior problema para isso. Atala, responde a mesma pergunta falando que no seu restaurante não é possível compostar por conta de leis que não permitem o reuso de alimentos descartados. Mas reconhece que poderia fazer mais nessa parte.
Silvio responde a essa pergunta citando exemplos de culturas que já faziam compostagem naturalmente, como índios e alguns povos europeus. Ele usa o exemplo para chamar a atenção para o tratamento que as famílias dão ao lixo orgânico e como há potencial a ser explorado nessa área.
Cláudio Spínola, fundador da Morada da Floresta, fala de como a Morada nasceu e de sua importância em difundir práticas de permacultura, como compostagem, nas cidades (dentro das residências e apartamentos).
Spínola falou que seu trabalho de divulgação e venda de produtos sustentáveis começou em 2009, ano do nascimento de sua filha. Sua esposa começou vendendo as fraldas de pano, que desenvolveu para que sua filha usasse, enquanto ele começou a vender composteiras para uso residencial. O casal também utilizou o espaço para que workshops e encontros fossem realizados ali
Ele também desenvolveu, junto com a prefeitura, um projeto chamado "Composta São Paulo", em que entregou composteiras para famílias e acompanhou a rotina das mesmas, colhendo informações e compartilhando conhecimento.