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Manifestações neste domingo defendem a Lava Jato; acompanhe
Os grupos que protagonizaram manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) protestarão contra o voto em lista fechada neste domingo (26), na avenida Paulista e em outras cidades do país.
A pauta foi incluída pelos dois principais organizadores do ato, os grupos MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua.
Além dessa bandeira, o protesto deste domingo volta a fazer a defesa da Operação Lava Jato.
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'Tio Sam' vai à Paulista pedir a saída de Temer'
Luiz Carlos de Oliveira, 50, prefere ser chamado de Tio Sam. É auxiliar de serviços gerais, mas está desempregado.
No ano passado, participou de cinco manifestações pró-impeachment. Agora, quer a saída do presidente Michel Temer. "Saiu a zika do país e entrou a chikungunya", diz.
Os principais problemas do Brasil? "Falta de emprego e falta de saúde." (EDUARDO MOURA e THAÍSA OLIVEIRA)
Eduardo Moura e Thaísa Oliveira/Folhapress O manifestante Luiz Carlos de Oliveira, que prefere ser chamado de Tio Sam. Apoiador de Doria, Kim critica Aécio, Serra e Alckmin
"Alguém vai sair falando 'Aecio guerreiro do povo brasileiro' se ele for preso? Claro que não", diz o coordenador do MBL Kim Kataguiri no carro de som do movimento.
Com público esvaziado, discursa contra a lista fechada, contra os "supersalários", o foro privilegiado e a anistia ao caixa dois. Apoiador de uma candidatura do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), à presidência em 2018, Kataguiri criticou os tucanos Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin.
"São os caciques que querem se eleger com a lista fechada", afirmou.
O público em frente ao carro de som do Vem Pra Rua é maior do que o que está em frente ao carro do MBL. A Polícia Militar ainda não divulgou estatísticas de público. (ANGELA BOLDRINI)
João Carneiro/Folhapress Kim Kataguiri na concentração do protesto na avenida Paulista neste domingo Caiado vai à Paulista pelo fim do foro privilegiado e contra a lista fechada
Ao chegar à avenida Paulista neste domingo (26), o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) foi assediado pelos manifestantes, que tentaram tirar selfies e conversar com o político.
"Vim a todas as manifestações. Hoje, estou aqui pelo fim do foro privilegiado e contra a lista fechada", afirmou o senador. (DIANA LOTT E MARIANA DIEGAS)
Diana Lott/Folhapress Senador Ronaldo Caiado tira fotos com manifestantes ao lado do carro do movimento Vem Pra Rua Movimentos anunciam 'lista negra' dos políticos
O Vem pra Rua anunciou que se uniu com o Políticos.org para criar lista negra de políticos citados na Lava Jato.
Rogério Chequer, líder do Vem pra Rua, diz que o grupo unirá esforços para divulgar essa lista em breve. A ideia, segundo ele, é garantir a saída desses políticos. "Se a Lava Jato não tirar, a gente vai tirar em 2018". (FLÁVIO FERREIRA e RICARDO HIAR)
Com descendentes da família imperial, manifestantes defendem volta da monarquia
Um grupo de manifestantes que está na avenida Paulista neste domingo defende a volta da monarquia como regime de governo no Brasil.
Com a bandeira do Brasil Império, os apoiadores da monarquia tinha entre os presentes o príncipe Luiz Philippe Orleans e Bragança, trineto da princesa Isabel. Para ele, desde que haja o respaldo da sociedade pelo voto, o país teria condições de voltar a ser liderado por um rei.
"Há uma manifestação espontânea da sociedade pela monarquia", diz o descendente da família real brasileira. Em plebiscito em 1993, a volta do império foi rejeitada. (FÁBIO PONTES)
Fábio Pontes/Folhapress O príncipe Luiz Philippe Orleans e Bragança Movimento critica reforma da previdência e distribui 2.000 máscaras de Moro, Dallagnol e 'Lula zumbi'
O Movimento Acorda Brasil, com 83,9 mil seguidores no Facebook, foi à Paulista apoiar a Lava Jato e defender um país "livre de corrupção".
Para isso, confeccionaram 2.000 máscaras, financiadas por contribuições dos integrantes, para serem distribuídas aos manifestantes: do juiz Sérgio Moro, do procurador Deltan Dallagnol e uma montagem do ex-presidente Lula com o rosto de um zumbi.
"O Lula é um zumbi porque está sugando nosso dinheiro. O PT continua no poder através de Michel Temer e dos ministros do STF", afirmou Marina Figueiredo, 36, agente de viagens e uma das integrantes do grupo.
O Acorda Brasil está com um carro de som na Paulista, em que protesta contra a reforma da previdência. O advogado André Luiz Marques disse que "os bancos estão esperando os milhões de trabalhadores que fugirão do regime de previdência social."
Um militante do movimento tomou o microfone em seguida para dizer que "a esquerda não pode se apropriar da pauta da previdência".
Ao lado do vereador Fernando Holiday (DEM-SP), o deputado federal Major Olimpo também discursou no trio. "O Lula desmoralizou até o câncer, mas não vai desmoralizar a Justiça brasileira. Cadeia para o Lula", afirmou. (ANTONIO MAMMI, EDOARDO GHIROTTO e THAIZA PAULUZE)
João Carneiro/Folhapress Marina Figueiredo, 36, agente de viagens, distribui máscaras de Lula "zumbi" 'Há tanta pauta agora que as pessoas estão confusas', diz manifestante em Curitiba
Em Curitiba, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato dominaram os cartazes na manifestação que começou às 14h30, na Praça Santos Andrade. Gritos de "Moro, Moro" foram ouvidos e cartazes com frases como "Lava Jato, salvação do Brasil" e "A Lava Jato tem que continuar" foram trazidos por manifestantes.
"É uma volta às ruas", diz Cristiano Roger, coordenador do Curitiba contra a Corrupção, um dos movimentos que participa do ato.
A organização não divulgava expectativa de público, mas admitia que a mobilização poderia ser menor que as do ano passado –quando até 200 mil pessoas se reuniram pelo impeachment na cidade.
Neste domingo (26), por volta das 15h, o público era de 800 pessoas, segundo a Polícia Militar.
"Há tanta pauta agora que as pessoas estão confusas; é difuso", diz Gislaine Masollero, 43, coordenadora do Vem pra Rua no Paraná. "Nós estamos dando nosso recado ao poder público. Agora, é um processo de continuidade", comenta Eder Borges, do MBL (Movimento Brasil Livre).
Além dos protestos contra o presidente Michel Temer (PMDB) e o Congresso, em especial contra tentativas de abafar a Lava Jato, manifestantes discursavam nos carros de som contra o "molusco" (referência ao ex-presidente Lula), pediam "fora, sindicatos" e prometiam grande manifestação no dia em que o petista irá depor a Moro, na Justiça Federal do Paraná, no dia 3 de maio.
O protesto é organizado por Vem pra Rua, Mude, Curitiba contra a Corrupção e MBL (Movimento Brasil Livre), que, entre outras pautas, pedem apoio irrestrito à Operação Lava Jato, fim do foro privilegiado, não ao voto em lista fechada e fim do estatuto do desarmamento. (ESTELITA HASS CARAZZAI)
Protestos não são mais contra o PT, mas por temas mais 'complexos'
Líder do Vem pra Rua, um dos principais grupos que participou dos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, Rogério Chequer disse que a motivação das manifestações, agora, é outra.
Os protestos não são mais contra a Dilma e o PT, mas por temas mais "complexos": anistia ao caixa dois, fim do foro privilegiado, lista fechada nas eleições e projetos relativos ao financiamento dos partidos políticos.
No carro de som do grupo, Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma com Janaína Paschoal, explicou sobre aspectos jurídicos da anistia ao caixa dois. (FLÁVIO FERREIRA)
Partido Novo busca novos filiados na manifestação
O Partido Novo aproveitou a manifestação e montou uma banca próxima ao Masp para conseguir novos filiados.
Um grupo de cinco voluntários atua sem a presença de coordenadores e aborda manifestantes para explicar as pautas da legenda. Entre elas estão o fim do fundo partidário e do foro privilegiado.
Os partidários dizem não enfrentar a rejeição de manifestantes críticos aos partidos tradicionais. "Nós não temos políticos, somos um partido de cidadãos", disse Roberto Paiva, 62, que atua como voluntário. (EDOARDO GHIROTTO E ANTONIO MAMMI)
Edoardo Ghirotto/Folhapress Banca do Partido Novo próxima ao Masp para conquistar novos filiados Manifestante critica ausência de crítica a Temer e é afastado por grupo
Enquanto Janaína Paschoal discursava em frente ao trio do grupo Nas Ruas, o autônomo Silvio Soares, 44, se aproximou e gritou com o dedo em riste contra a falta de críticas ao governo Temer. Membros do grupo pediram que ele se afastasse.
"Pau que dá em Chico dá em Francisco. Cadê o pato que o Paulo Skaf colocou na frente da Fiesp dizendo que a gente não ia pagar o pato? Não está mais lá. Essa semana vai ter aumento de impostos. Cadê o pato? Não está lá, caramba. É tudo vendido", disse Soares, que defende o fim do foro privilegiado e critica o projeto de anistia ao caixa dois em campanhas. (LUÍS COSTA)