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Manifestantes fazem novo protesto contra Temer e pedem novas eleições
Ato vai da avenida Paulista ao Largo da Batata, em Pinheiros
Um protesto contra o governo de Michel Temer reuniu milhares em São Paulo neste domingo (4) para pedir novas eleições.
Com gritos de "diretas já!" e faixas com o slogan "fora, Temer", o grupo ironizou a fala do presidente no sábado (3), em visita à China, de que os atos reuniam só 40 pessoas.
"Ontem [sábado] o presidente golpista do Brasil disse que a nossa manifestação teria 40 pessoas. Aqui estão as 40 pessoas. Já somos quase 100 mil na av. Paulista", discursou Guilherme Boulos, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e um dos organizadores, no início do ato.
Em outro ataque a Temer, Boulos disse que "melhor seria estar ao lado de 40 manifestantes do que em um governo de 40 ladrões", numa aparente referência ao ministério do presidente que assumiu na última quarta (31).
A manifestação foi convocada pelas frentes de esquerda Povo Sem Medo e Brasil Popular, compostas por movimentos como o MTST e CMP (Central de Movimentos Populares).
Melhor organizado e maior do que as outras manifestações que ocorreram desde o início do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT), esta reuniu um público mais velho do que em outros protestos.
A PM não fez estimativas do número de manifestantes, assim como não fizera anteriormente.
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Dispersão de protesto tem bombas
Dispersão do protesto tem correria e primeiras bombas no Largo da Batata - pelo menos 15. O Choque avança pela avenida Faria Lima. Polícia Militar atira bombas na direção da imprensa e dispersa o protesto com esguichos de água. Também atiraram bombas dentro de bares. Largo da Batata está vazio, sobrou somente o Choque.No carro de som, organizadores pedem que manifestantes se dispersem com tranquilidade. Raimundo Bonfim, da CMP (Central de Movimentos Populares), pede para manifestantes não caírem em provocação. Boulos também fala: "foi uma provocação terrível da PM".
Policiais militares ficam em uma das laterais do Largo da Batata. A fileira de viaturas vai até a rua Cardeal Arcoverde, por onde adeptos da tática black bloc correram para fora do alcance policial e vandalizaram vidraças na última sexta-feira.
Na ponta final da passeata, um vendedor ambulante de bebidas perguntou ao colega: "Tem cerveja, viado?". O uso do vocativo incomodou o professor da rede pública municipal de São Paulo André Luiz Rodrigues. "O que tem ser viado? Tem dois aqui", disse ele, apontando a si próprio e ao amigo que o acompanhava. Perguntado pela Folha se ficou incomodado com o uso do termo "viado" com sentido pejorativo, ele afirmou: "Sim, porque não é xingamento. Se foi deveria deixar de ser"
O ex-senador Eduardo Suplicy (PT) se despede do ato e é ovacionado pelos presentes. Ele propôs consulta sobre a permanência de Michel Temer na Presidência para 2 de outubro, junto com as eleições.
Fim do protesto entra na avenida Faria Lima uma hora e quinze minutos depois da ponta da frente.
PM não desvia o tráfego
O trânsito das ruas que atravessam a av. Rebouças não foi desviado pela Polícia Militar, como costuma acontecer em manifestações. Em todos os cruzamentos, carros esperavam parados a passagem do protesto.Depois de incidentes em que veículos passaram muito próximos das pessoas, o MTST passou a organizar bloqueios nas ruas.
Trânsito na avenida Brasil liberado com a passagem da ponta do ato. Na rua dos Pinheiros, na conjunção com a Rebouças, também. Um motorista grita "Fora PT" aos manifestantes ao passar pelo semáforo.
PM diz que cruzamentos são monitorados
A tenente coronel Dulcinéia, uma das comandantes da operação da PM, afirmou que há policiamento de trânsito em todos os cruzamentos. Ela também disse que os números de estimativa devem ser repassados ao final para a SSP, que é quem decide divulgar.Neste momento, o protesto é um ato contínuo que vai do Largo da Batata até a rua Alves Guimarães. Carros e motos da PM estão na retaguarda e o trânsito da avenida Rebouças no sentido que desce até o Largo já está sendo liberado na altura da rua Oscar Freire.
Paula Reverbel/Folhapress Manifestantes começam a cobrir o rosto Alguns manifestantes cobrem o rosto, como fazem os adeptos da tática black bloc. Vários foram obrigados a descobrir o rosto por outros participantes da manifestação.