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Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
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Senado vota por não cassar direitos políticos de Dilma Rousseff
Com 42 a favor, 36 contra e três abstenções, senadores votam pela manutenção dos direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff.
Lewandowski explica como será votação
O presidente do STF diz que responderão "sim" quem julgar que Dilma deve perder os direitos políticos por até oito anos.
Quem votar "não" votará contra a inabilitação política de Dilma Rousseff.
Ficha Limpa não se aplica a Dilma
A assessoria do Supremo Tribunal Federal declara que, em tese, Dilma poderia voltar a se candidatar, pois a Lei da Ficha Limpa não atinge expressamente a presidente da República.
Em seu perfil em uma rede social, Fernanda Tedeschi, irmã de Marcela Temer e cunhada do presidente interino, publicou foto dele com a hashtag #presidente.
Renan Calheiros votará contra inabilitação
Após discurso de Aécio Neves, Renan Calheiros (PMDB-AL) pediu a palavra. Ele anunciou que sessão no Senado Federal dará posse a Michel Temer como presidente da República nesta quarta (31), às 16h.
Além disso, afirmou que "não é da Constituição inabilitar a presidente da República como consequência de seu afastamento".
Em seguida, afirmou que votaria contra a perda dos direitos políticos de Dilma Rousseff.
Cássio Cunha Lima e Aécio encerram encaminhamentos
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou que o destaque tenta "mudar a Constituição".
"Por trás disso, mais um acordo entre DIlma e Cunha. Porque o resultado desta votação terá sim repercussão na cassação de Eduardo Cunha" afirmou.
Em seguida, Aécio Neves (PSDB-MG) disse que "é inconcebível que o nome e a história de um brasileiro da dimensão de Tancredo Neves seja de forma oportunista por aqueles que por ele estariam sendo condenados".
A fala faz referência a discurso de Lindbergh Farias (PT-RJ), que há pouco repetiu a expressão "canalhas, canalhas" de Tancredo, avô do senador tucano.
"Tancredo sempre esteve do lado certo, do lado da democracia, do lado do respeito à Constituição", disse.
"Venceu a democracia, venceu a Constituição, venceu o Brasil!", concluiu.
Discurso duro pode atrapalhar PT
Petistas dizem que o tom do discurso de Lindbergh prejudicou o acordo que estava sendo firmado para essa segunda votação. Eles afirmam que alguns senadores que votaram a favor da cassação mas votariam contra a inabilitação se sentiram ofendidos.
Pessoas comemoram impeachment pelo país
Em Porto Alegre, foram ouvidos buzinaço e foguetório nos bairros nobres como Bela Vista e Moinhos de Vento. Neste último, especialmente na avenida Goethe, onde ocorreram os protestos organizados pelo MBL e Vem Para Rua ao longo do último ano.
Em Fortaleza, cidade que elegeu Dilma Rousseff com mais de 70% dos votos válidos em 2014, moradores de vários bairros relataram ouvir fogos de artifício logo após o resultado na votação no Senado. Na noite anterior, o protesto a favor da petista contou com poucos participantes.
Também foram ouvidos buzinaços e foguetórios no centro de Belo Horizonte e, de forma rápida, na região central do Recife.
Jorge Viana e Capiberibe falam em último encaminhamento da defesa
João Capiberibe (PSB-AP) e Jorge Viana (PT-AC) fizeram o último encaminhamento argumentando contra a perda dos direitos políticos de Dilma Rousseff.
"Não podemos esquecer o amanhã de manhã. Não basta derrotar, é preciso esmagar?", perguntou Capiberibe.
"Eu quero fazer esse apelo em nome da conciliação", afirmou. "O sectarismo só vai nos dividir cada vez mais. Na hora que estabelece aperto de mão pela Constituição, votando não pela inabilitação, vamos estar abrindo uma vereda pela reconciliação e pelo pacto", concluiu.
"Sinceramente, não estamos em Ouro Preto enforcando ninguém, e depois, para ter certeza da morte, esquartejando", afirmou Jorge Viana. "Nesse momento o apelo que eu faço é que as senadoras e os senadores reflitam."
"Como será o dia amanhã aqui no Senado? Vamos ter que seguir convivendo uns com os outros", disse. "Nosso país, na jovem democracia tivemos apenas quatro presidentes eleitos e caçamos dois. Que democracia é essa que estamos construindo?"
Senadores comemoram após a votação que afastou definitivamente Dilma Rousseff no Senado.
Alan Marques/Folhapress Senadores comemoram após a votação que afastou definitivamente a presidente Dilma no Senado