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Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
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"Não seria um estelionato eleitoral se dirigir aos eleitores com aquilo que não poderia cumprir?", questiona Ronaldo Caiado a Dilma Rousseff.
Dilma culpa Aécio de acusá-la 'sistematicamente' após eleições
A presidente afastada Dilma Rousseff começa sua resposta a Aécio Neves também falando que "jamais imaginaria" que, após os debates eleitorais em 2014, voltaria a encontrar o senador nesta situação.
Dilma Rousseff afirmou que Aécio a acusou "sistematicamente" após o pleito. Ela menciona tentativas de impugnar seu mandato, como recontagem das urnas eletrônicas e dos gastos com a campanha eleitoral.
A presidente afastada voltou a citar fatores para justificar a crise econômica, como a desvalorização do real, a elevação dos juros nos EUA, as secas no Brasil e a desaceleração da China, além de criticar a eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados, o que, segundo ela, "produziu situação complexa" para o governo.
"Eu quero deixar claro, senador, que eu respeito o voto direto neste país. Acho que o voto direto é uma grande conquista nossa", afirmou. "Por isso respeito todos que concorreram comigo. Agora não respeito a eleição indireta que é produto de processo de impeachment sem crime de responsabilidade."
"Eu tenho a certeza que uniu-se duas forças diferentes, uma que queria impedir que a sangria continuasse, com uma força que queria impedir que nós saíssemos da crise", afirmou.
É a vez de Ronaldo Caiado (DEM-GO) questionar Dilma Rousseff.
Nas redes sociais
Senador Jorge Viana (PT-AC) posta foto de Lula e Chico Buarque em sua conta no Twitter.
Segurança interna
Pelo menos cinco policiais legislativos estão na porta do restaurante do Senado, onde almoçam alguns convidados e senadores. A prática não é comum. Segundo a Polícia Legislativa, foram deslocados agentes para acompanhar alguns dos convidados nas dependências da Casa. A intenção é evitar qualquer transtorno devido a provocações.
Kim Kataguiri é um dos que seguem com o segurança. Deixou o restaurante acompanhado de um assessor do DEM e de um policial legislativo.
Pedro Ladeira/Folhapress Kim Kataguiri, líder do Movimento Brasil Livre, durante sessão de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado (DF) "Não poderia imaginar que depois do debate [eleitoral de 2014] nos encontraríamos no Senado Federal nesta posição", diz Aécio Neves a Dilma Rousseff.
Sessão é retomada com fala de Aécio
A sessão foi retomara pelo presidente do STF Ricardo Lewandowski com a pergunta do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
"Não poderia imaginar que depois do debate nos encontraríamos no Senado Federal nesta posição", afirmou o senador, antes de dizer que não agia com alegria nesta função.
Aécio destacou trechos do discurso inicial de Dilma e disse que "não é desonra alguma perder eleições, sobretudo quando se defende ideias e se cumpre a lei. Eu não diria o mesmo quando se vence as eleições faltando com a verdade e cometendo ilegalidades."
"Por outro lado vejo que Vossa Excelência recorre aos votos que recebeu como justificativa. Não é salvo conduto. É delegação que pressupõe deveres e direitos, e o maior dos deveres de quem recebe votos é o respeito a leis e à Constituição."
Aécio citou falas de Dilma em debates eleitorais de 2014, mencionando respostas sobre inflação, baixo crescimento da economia e dívida pública.
Depois, perguntou: "Em que dimensão Vossa Excelência e seu governo se sentem sinceramente responsáveis por essa recessão, pelos 12 milhões de desempregados no Brasil, por 60 milhões de brasileiros com suas contas atrasadas e uma perda média de 5% da renda dos trabalhadores brasileiros?"
"Em que dimensão Vossa Excelência e seu governo se sentem sinceramente responsáveis por essa recessão?", questiona Aécio Neves.
É a vez do senador Aécio Neves (PSDB-MG) questionar Dilma Rousseff.
Senador recebe alta e diz que comparecerá a sessão na quarta-feira
A assessoria do senador Wellington Fagundes (PR-MT), que estava internado, informou que o parlamentar recebeu alta às 13h desta segunda (29). Segundo a assessoria, apesar da recomendação de repouso, ele disse que vai participar da sessão que vai votar o impeachment da presidente, na quarta (31).
Wellington Fagundes estava internado desde o último sábado (27) no Hospital Brasília, em Brasília.