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Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
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É a vez de Ataídes Oliveira (PSDB-TO) falar.
Roberto Requião (PMDB-PR) declara voto contra o impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 2
Votos declarados contra o impeachment: 2"Canalha, canalha, canalha", começa Roberto Requião (PMDB-PR), em referência a Tancredo Neves, em momento que consumou golpe militar em 1964, quando o senador Auro de Moura Andrade declarou vaga a presidência da República, sob o pretexto de que João Goulart teria deixado o país.
O senador do Paraná diz que medidas planejadas pelo governo interino de Michel Temer prejudicarão o país.
"Pretendem congelar por duas décadas as despesas com a saúde, educação, infraestrutura, habitação, mas garantir o pagamento de juros".
Requião cita icônico discurso de Getúlio Vargas, antes de seu suicídio, para se posicionar contra o impeachment.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicita a suspensão de comissão mista que está sendo realizada simultaneamente à sessão do impeachment.
Segundo ele, o regimento da Casa impede esse tipo de atividade neste momento de julgamento.
Lewandowski pediu o encaminhamento do pedido do senador para que seja decidido "à luz do regimento".
Jorge Viana (PT-AC) declara voto contra o impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 2
Votos declarados contra o impeachment: 1O senador diz que não precisa defender Dilma porque a presidente já comprovou nesta segunda (29) que não é culpada.
"Somos um tribunal que vai julgar uma brasileira que emprestou sua vida, pôs risco nela, para servir à democracia".
Viana diz ter tido orgulho de ter vivido durante governo do PT "que tirou milhões de pessoas da miséria".
"Como a história vai dizer do que Dilma foi acusada? Qual foi a bala de prata do impeachment? Aquele juiz de quinta categoria que impediu Dilma de nomear Lula? Não cometam injustiça com a senhora presidente".
Há 66 senadores inscritos para falar. A maior parte já definiu se irá votar a favor ou contra o impeachment.
Até agora, 53 senadores já definiram voto pela saída de Dilma. Se mais um se declarar favorável à saída da petista, terá atingido o número mínimo para o impedimento de Dilma. A votação final deverá ocorrer nesta quarta (31).
Confira a ordem de senadores que irão discursar hoje e que ainda não declararam como irão votar:
8º - Acir Gurgacz (PDT-RO)
18º - Fernando Collor (PTC-AL)
43º - Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
53º - Roberto Rocha (PSB-MA)
62º - Roberto Muniz (PP-BA)Antonio Anastasia (PSDB-MG) declara voto a favor do impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 2
Votos declarados contra o impeachment: 0O senador por Minas Gerais faz discurso mais técnico e cita normas e artigos para corroborar seu voto.
"A compatibilidade com a meta não ocorreu. A meta é anual, mas ela precisa ser verificada bimestralmente e não podemos dar privilégio a ninguém", declara.
"Houve um precedente em 2001 e outro em 2009. Em 2001, a vigência era de medidas provisórias, havia a vigência de medidas provisórias, situação bem diferente. Em 2009, o TCU expressamente diz que esse fato não foi objeto de análise do Tribunal. O próprio TCU dizendo que hão houve mudança de entendimento".
O senador cita o "prazo anastasiano", termo utilizado por Cardozo em seu discurso, lamenta a falta de tempo e reitera seu posicionamento a favor do impeachment.
É a vez de Antonio Anastasia (PSDB-MG) falar.
Recado de Lewandowski
Lewandowski reafirma que, como não houve réplica, portanto, não haverá tréplica.
"O debate se dará agora apenas entre os senadores. Defesa e acusação não poderá mais intervir".
Gladson Cameli (PP-AC) declara voto a favor do impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 1
Votos declarados contra o impeachment: 0"Desde o início, fui favorável ao impeachment da presidente da República, que cometeu, sim, crime de responsabilidade. Hoje, portanto, não quero falar mais dos detalhes jurídicos, mas, sobretudo, do papel do Legislativo e da importância deste momento histórico deste país", afirma Gladson Cameli (PP-AC).
Cameli diz que, antigamente, o objetivo do Poder Legislativo era impor limites ao Executivo e fala sobre a relevância dos parlamentos sobre o orçamento público.
"Desculpem os defensores de Dilma, mas não vejo como golpe lutar pelo cumprimento das leis e da Constituição. Golpe é gritar para a comunidade internacional a tese de que um golpe estaria em curso no país", declara.
"Estou honrando o juramento que fiz", afirma o senador, erguendo a Constituição Federal. "É hora de olhar para o futuro e refletir sobre o legado que queremos deixar para as gerações posteriores. Sem mais delongas, reitero assim a minha total convicção sobre um crime de responsabilidade, posicionando-me, mais uma vez, ao impeachment".
É a vez de Gladson Cameli (PP-AC) falar.