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Relator de comissão do Senado pede afastamento da presidente Dilma
O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) apresentou nesta quarta (4) à comissão especial do impeachment relatório a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Relator do caso na comissão do Senado, Anastasia aponta que há elementos suficientes para que o processo seja aberto e petista julgada por crime de responsabilidade. Dilma é acusada de editar, em 2015, créditos suplementares e de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais".
"Em face do exposto, consideramos que os fatos criminosos estão devidamente descritos, com indícios suficientes de autoria e materialidade, há plausibilidade na denúncia e atendimento aos pressupostos formais, restando, portanto, atendidos os requisitos exigidos pela lei para que a denunciada responda ao processo de impeachment", diz o relatório.
Na última semana, o colegiado ouviu os advogados Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr, dois dos autores da denúncia contra Dilma, e a defesa da presidente, composta pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e pelos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Kátia Abreu (Agricultura).
Na segunda (2), a comissão ouviu especialistas favoráveis ao impeachment e, na terça (3), especialistas contrários ao afastamento.
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Magno Alves elogia o presidente da comissão em sua fala: "o meu registro é que vossa excelência é um homem benevolente e o relator é um homem da paz. Lindbergh pode fazer o que quiser e não vai tirar a paz do Anastasia. É legítimo que a base do governo faça questão de ordem."
Para o senador do PR, "não podemos nos iludir que isso aqui não vai dar debate. É um processo de impeachment de um presidente da república. Vamos ter calma com o pessoal do governo. Imagina se fosse eu o relator, ou o Ronaldo Caiado (DEM-GO. Ia explodir."
Para o tucano Cássio Cunha Lima, "o que está havendo aqui é uma manobra, que o regimento proíbe. Vira tema de embate político".
Fazendo referências a Lindbergh Farias, José Medeiros (PSD-MT) diz: "Não podemos permitir que o senador peça questão de ordem para atacar a mesa. Não é a primeira vez que o senador faz a referência, provoca os colegas e gera discussão. No fim do dia, nas redes, falam que a comissão fez molecagem aqui. Não estou aqui para fazer molecagem. A população brasileira não pode ver isso aqui como um circo."
Para o tucano Ricardo Ferraço, os petistas querem, com as questões de ordem "é procrastinar, é ganhar tempo".
Ricardo Ferraço (PSDB-ES) critica Lindberh Farias. "Todo esse teatro patético é porque ele insiste em manter seu discurso para sua base política".
O petista rebate o tucano, que fala: "Vai ouvir caladinho aí".
Após minutos de discussão entre os senadores, o petista Lindbergh Farias grita: "É muito cinismo o que os senhores querem fazer aqui".
"Vivemos num país democrático. Quando a Presidência dá a palavra para alguém, esse senador precisa ser respeitado. Temos pessoas maravilhosas aqui", disse o presidente da comissão, Raimundo Lira, diante dos comentários dos membros do colegiado enquanto Lindbergh Farias fala.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) lembrou que, o senador Antonio Anastasia, "enquanto governador de Minas Gerais, não cumpriu a meta fiscal em nenhum ano".
Magno Malta (PR-ES), em sua questão de ordem, diz que "ninguém é menino para achar que isso aqui seria sem questão de ordem. É legítimo que haja debate. Ninguém aqui é escoteiro".
O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), pediu para que o senador Cássio Cunha Lima seja breve em sua questão de ordem. O tucano respondeu: "Não pedi uma questão de ordem. Pedi pela ordem."