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Desvalorização do Ibovespa no dia foi puxada pelos papéis da OGX, petroleira de Eike Batista, que cederam 9,30%; o desempenho também foi influenciado pela baixa das ações mais negociadas de Petrobras e Vale, que caíram 1,19% e 1,80%, nesta ordem; esses três papéis, juntos, representam cerca de 20% do índice
Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta quarta-feira em queda de 1,81%, a 55.440 pontos, com o mercado assustado com a possibilidade de um aperto no crédito da China, principal parceiro comercial do Brasil; o índice interrompeu uma sequência de três altas
A agência de classificação de risco Standard & Poor's informou nesta quarta-feira que as notas atribuídas à Petrobras não são afetados pelos resultados do leilão para exploração da reserva de Libra, de acordo com comunicado; segundo a S&P, os ratings atribuídos à Petrobras já incorporam o modelo de parceria para desenvolvimento da reserva; "além disso, nossas projeções financeiras mais recentes para a Petrobras e a avaliação do seu perfil de risco financeiro como 'significativo' já refletiam o desembolso de caixa de aproximadamente R$ 6 bilhões que a empresa tem de pagar referente a esse leilão", afirmou
Tesouro Nacional informou que concedeu nesta quarta-feira mandato para emissão e recompra de bônus soberanos do governo brasileiro; o papel a ser emitido tem vencimento em janeiro de 2025 e é denominado em dólares; ao mesmo tempo, o Tesouro Nacional fará a recompra de até US$ 12,591 bilhões em nove títulos com vencimento variando de 2017 a 2030
"O nível de R$ 2,20, para mim, seria um piso. Mas pelo visto o BC deve tolerar o dólar até R$ 2,15. Mesmo assim, a perspectiva para o final do ano é de dólar entre R$ 2,20 e R$ 2,30. O cenário no Brasil não mudou: continuamos um país que não atrai investimentos, com inflação elevada, crescimento fraco e gastos públicos excessivos", diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora
"Se o dólar fosse a R$ 2,10, não seria interessante ao governo, pois deixa a indústria muito exposta. As empresas não conseguem exportar e nem competir no mercado interno, pois os preços dos importados iriam cair", diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora
"O pacote de intervenções do BC foi anunciado e planejado quando o dólar estava em R$ 2,45 e com perspectiva de alta. Foi uma medida pesada para conter esse movimento. Pouco depois, com a sinalização dos EUA de que os estímulos durariam mais tempo, a moeda perdeu força. A dose do remédio do BC, então, ficou excessiva", diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora
"Várias economias têm performances vinculadas à China. Uma restrição de crédito na economia chinesa significaria menos demanda por parte daquele país aos produtos brasileiros. Ou seja, menos dólar entraria no Brasil, o que consequentemente pressionaria a cotação da moeda americana para cima", diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora
"A inflação na China não é alta, mas recentemente acelerou seu passo, o que pode ter colocado o governo chinês em alerta. A inflação no país terminou 2012 em 2,5% e, em 2013, o dado mais recente mostra que ela está em torno de 3,1%. O governo chinês, mesmo dizendo ser comunista, sabe que a inflação está diretamente ligada ao consumo das famílias e, portanto, mantém-se vigilante a este indicador", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos
"O partido comunista chinês deixou claro que vai tolerar um crescimento menor do país no curto prazo para poder ter um crescimento sustentável lá na frente. A restrição de crédito faria sentido, pois o país acumulou uma reserva muito grande de dólar, enquanto nutria sua economia com yuans [moeda chinesa] para estimular o consumo. Isso cria uma distorção econômica que tem que ser corrigida em algum momento", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos