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Temer perde apoio, mas consegue barrar segunda denúncia na Câmara
Com 12 votos a menos que na votação da primeira denúncia, o presidente Michel Temer conseguiu, por 251 votos a 233, barrar nesta quarta-feira (25) o prosseguimento da segunda acusação formal contra ele apresentada pela Procuradoria-Geral da República.
A sessão na Câmara terminou por volta das 21h30 e evita que o Supremo Tribunal Federal analise a acusação contra Temer e dois de seus ministros, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Apesar de os governistas terem levado oito horas para reunir o número mínimo de deputados para abrir a sessão, o resultado repete o desfecho da análise da primeira denúncia da Procuradoria-Geral da República, em agosto, que foi barrada por 263 votos a 227.
Os dois casos —acusação de corrupção passiva na primeira e obstrução da Justiça e organização criminosa, na segunda— ficam congelados e só voltam a tramitar após o fim do mandato de Temer, em janeiro de 2019.
O resultado final dessa quarta (25) encerra o conturbado momento político iniciado em maio de 2017 com a divulgação do áudio da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista.
Orientaram a favor de Temer PMDB, PP, Avante, PSD, PR, DEM, PTB, Pros, PSL, PRB, Solidariedade, PSC e PEN. Contra, PT, PSB, PDT, PC do B, Podemos, PPS, PHS, PSOL e Rede.
Ficaram em cima do muro (liberaram as bancadas) o PV e o PSDB, esse último principal aliado do PMDB no governo. O partido rachou durante todo a crise. De um lado, o grupo de Aécio Neves (MG), favorável a Temer, e de onde saiu o relatório favorável a Temer. De outro, o de Geraldo Alckmin (SP) e Tasso Jereissati (CE), contra, além da maioria dos deputados mais jovens do partido.
Nos discursos da sessão desta quarta, Temer foi acusado por vários deputados de comprar votos para permanecer no poder. "Não aceitamos que o presidente da República tenha que trocar votos por trabalho escravo no país", afirmou Alessandro Molon (Rede-RJ). "São movidos por dinheiro. São confessadamente movidos por dinheiro", disse Miro Teixeira (Rede-RJ). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu para tirar essas últimas palavras dos autos.
Entre os defensores, discursou Wladimir Costa (SD-PA). "Para falar mal do presidente Temer tem que lavar a boca com soda cáustica. Os avanços estão aí", discursou o deputado, que se notabilizou ao afirmar durante a análise da primeira denúncia ter feito uma tatuagem do peemedebista em seu corpo. Depois de questionamentos sobre a veracidade da homenagem vir à tona, ele admitiu que se tratava apenas de um desenho que sai com água e sabão. (RANIER BRAGON, DANIEL CARVALHO, BRUNO BOGHOSSIAN, MARINA DIAS, BERNARDO MELLO FRANCO, CAMILA MATTOSO)