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Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
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Movimento contrário ao impeachment em Brasília agrega menos de 100 pessoas
Em Brasília, com a mudança da data da votação pelo Senado, os movimentos que são contrários à saída de Dilma reduziram a mobilização. Por volta da 19h, menos de 100 pessoas estão na área destinada aos apoiadores da presidente afastada. Ontem eram 1,5 mil.
A previsão da PM DF era de 30 mil pessoas hoje na Esplanada.
Dimmi Amora/Folhapress Manifestantes contrários ao impeachment em Brasília Manifestantes debatem trajeto de protesto em São Paulo
Na av. Paulista, manifestantes contrários ao impeachment fecham a via na frente do Masp, no sentido centro, e debatem o trajeto. As propostas são ir para a praça Roosevelt (av. Consolação), pela r. Augusta, ou permanecer no Masp.
Os manifestantes admitem que estão em grupo menor do que na segunda-feira (29), quando o protesto foi engrossado pela Frente Povo Sem Medo, que inclui o MTST, movimento que arrebanha mais manifestantes.
Após votação, a decisão foi é de permanecer por mais tempo no Masp para juntar mais pessoas, e depois seguir para a praça Roosevelt.
Procedimento do julgamento de impeachment foi falho, argumentam aliados de Dilma
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que as representações foram apresentadas na tarde desta terça. "No curso desse julgamento, os procedimentos deles não cumpriram com os deveres de testemunho leal ao processo e de cumprimento com atribuições funcionais", afirmou.
Segundo o senador, a representação junto ao MPF pede a investigação de condutas de prevaricação, falso testemunho, deslealdade às instituições, violação do dever de imparcialidade e deveres funcionais.
Randolfe Rodrigues afirmou que o documento pedirá a anulação do depoimento de ambos. De acordo com ele, a representação também poderá levará à perda da função.
Em São Paulo, protesto segue na av. Paulista
Manifestantes no vão do Masp, em São Paulo, cantam "ôôô, Temer traidor".
Enquanto os manifestantes se reúnem no vão do Masp, um contingente da tropa de choque está se posicionando no mesmo local do conflito de ontem.
Angela Boldrini/Folhapress No Masp, concentração de manifestantes contrários ao impeachment é pequena Lula tenta reverter votos
Após almoçar com Dilma e ex-ministros no Palácio da Alvorada, o ex-presidente Lula deixou a residência oficial da Presidência para dar continuidade às conversas e articulações na tentativa de reverter votos em favor e sucessora. Dilma se reuniu com assessores para disparar ligações. Lula deve voltar ao Alvorada para jantar com a petista.
Manifestações contra e a favor do impeachment têm baixa adesão
Às 18:00, poucas pessoas comparecem ao espaço na Esplanada, em frente ao Congresso em Brasília, destinado pela PM aos manifestantes favoráveis ao impeachment.
A PM havia previsto para o dia de hoje 30 mil manifestantes dos dois lados da Esplanada. Para ontem à previsão era de 10 mil manifestantes, porém a PM estima que apenas 1,5 mil pessoas apareceram, a maior parte no lado da Esplanada contrário ao impeachment.
Mesmo com o baixo número de manifestantes, a SSP-DF mantém a previsão de ter cerca de 1,3 mil homens das forças de segurança na região.
No Masp, em São Paulo, a concentração de manifestantes contrários ao impeachment é pequena. Contingente policial também é minimo.
Rubens Valente/Folhapress Espaço destinado aos favoráveis ao impeachment, na Esplanada Rubens Valente/Folhapress Na Esplanada, em Brasília, lado favorável ao impeachment tem cerca de 15 pessoas Intervalo
O presidente do STF Ricardo Lewandowski, que preside a sessão, anunciou um intervalo após a fala do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
Até o momento, 21 parlamentares se pronunciaram. O próximo da lista de inscritos é Lindbergh Farias (PT-RJ).
Na retomada da sessão, prevista para 19h, outros 44 senadores devem discursar.
A previsão de Lewandowski é que esta etapa termine até 2h35. A votação do impeachment ocorrerá nesta quarta-feira (31) pela manhã, segundo o presidente do STF.
Cássio Cunha Lima declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 11
Votos declarados contra o impeachment: 8
Não declarados: 2Antes de declarar seu voto favorável ao impeachment de Dilma Rousseff, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) defendeu o procurador do TCU (Tribunal de Contas da União), Júlio Marcelo de Oliveira.
O procurador, uma das testemunhas de acusação no julgamento, é criticado pela defesa de Dilma por ter, supostamente, recebido ajuda de ministros do TCU para elaborar a peça de acusação que denunciou as pedaladas fiscais na corte.
Além disso, Lima questionou a legitimidade dos votos recebidos pela petista em 2014.
"Não há legitimidade em uma eleição viciada. Se não houvesse o impeachment, Dilma seria cassada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)", afirmou. "Foi a maior fraude da história do Brasil, feita para enganar e iludir nosso povo diante de uma campanha mentirosa."
Por fim, disse que o povo brasileiro não conhece os aspectos técnicos da denúncia contra Dilma, mas sentiu na pele os efeitos das decisões da presidente afastada.
"Tudo isso que está sendo feito nesse instante é debate político. Não há como fugir desse enfrentamento. O que será feito com o veredito é justiça. O Senado da República fará justiça e vai punir quem cometeu, de forma deliberada, crimes que não podem ficar impunes".
Senadores aliados de Dilma deixam o plenário
Enquanto fala o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima, todos os senadores aliados a Dilma deixam o plenário. Eles darão coletiva daqui a pouco para falar sobre os recursos que irão apresentar.
Catorze senadores do PT, PCdoB, PSB, PMDB e Rede decidiram ingressar com uma Reclamação Disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o procurador junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira. A peça apresentada ao MPF é também movida contra o ex-auditor daquela Corte de Contas, Antônio Carlos Costa Carvalho D'Ávila Junior, atualmente consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados.
Ambos trabalharam juntos, segundo confessou o auditor durante depoimento no Senado, na elaboração da representação apresentada ao TCU para investigação das chamadas pedaladas fiscais.
O fundamento das duas peças, uma de caráter administrativo e outra de caráter judicial, é solicitar a abertura de investigação para apurar:
a) a conduta do procurador, que confessou ter participado da convocação de ato político-partidário pela rejeição das contas da presidenta Dilma Rousseff, infringindo o dever funcional da isenção e imparcialidade, que omitiu e, quando conhecida, o levou a ser rebaixado da condição de testemunha a informante durante a sessão de julgamento do impeachment. Ao CNMP, pede-se a aplicação das medidas disciplinares cabíveis. Ao MPF, as medidas legais aplicáveis;
b) a conduta do ex-auditor, que também quebrou o dever funcional de isenção e imparcialidade e contra quem se pede a imputação de crime de falso testemunho por ter apresentado duas versões distintas em seu depoimento ao plenário do Senado Federal no dia 25 de agosto de 2016.
O 21° senador a falar é Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)