A ex-presidente da Petrobras Graça Foster foi convocada para prestar depoimento na CPI da Petrobras após a comissão não conseguir localizar o empresário Julio Faerman, acusado de pagar propina pela empresa SBM Offshore.
Graça rebate dizendo que deixou uma empresa melhor em termos de resultados.
"Queria apenas fazer uma correção na fala do senhor: Nós batemos todos os recordes de produção na minha gestão. Produção de petróleo, de gás, entrega de energia elétrica, produção de refino."
Graça Foster diz que auditorias não captaram a corrupção na Petrobras. Não é desculpa. Avisos houve aos montes.
— malu gaspar (@malugaspar) March 26, 2015
"Eu entendo que a Petrobras deve continuar sendo uma empresa estatal. Que paga para levar gasolina lá para o interior do Amapá, e que para isso cobra mais caro em São Paulo", diz Graça Foster, defendendo o modelo da empresa.
"Nós, eu e meus companheiros da direção, saíamos da Petrobras porque entendemos que a transparência nas investigações seria maior sem a nossa presença", disse a ex-presidente da estatal sobre sua saída da empresa.
Questionada pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA) sobre a interrupção da refinaria Premium 1, no Maranhão, Graça Foster afirmou que ela não está descartada.
"Tem três questões: necessidade de melhoria ainda desse projeto, necessidade de nós acharmos um sócio, e que haverá demanda futura pra esse refino. Hoje, a Petrobras não tem recursos pra isso, por conta da financiabilidade da companhia, porque não temos acesso ao mercado hoje porque não temos um balanço auditado. Mas teremos."
Graça Foster afirmou que os diretores indicados na sua gestão foram escolha dela, sem ligação a partidos políticos. "Eu sempre disse [a eles que] a responsabilidade do que vocês fizerem é minha", declarou.
A ex-presidente da Petrobras presta depoimento à CPI desde as 10h20 desta quinta-feira (26).
"Não tinha conhecimento de cartel. Não tinha relacionamento com eles [executivos de empreiteiras]", diz Graça Foster.
"As relações [com empreiteiras] foram profissionais", afirmou.
Questionada pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), Graça afirmou que já foi procurada por parlamentares durante sua gestão, mas que era para tratar assuntos relativos à atuação da Petrobras em seus Estados.
"As questões são afetas ao Estado em que ele representa. 'Não vai fazer a refinaria do Ceará?' 'O terminal de Angra dos Reis?' Essa é a agenda comum das poucas vezes que eu recebi."