A três dias do início da Copa no Brasil, o Metrô de São Paulo continua funcionando parcialmente e o trânsito na capital paulista é intenso.
Para pressionar pelo fim da paralisação dos metroviários, iniciada na quinta-feiro, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, anunciou na manhã desta segunda-feira (9) 61 demissões de metroviários grevistas. A empresa tem cerca de 9.000 funcionários. Segundo ele, "a greve deve acabar ainda esta noite".
Das 61 estações, 34 funcionavam normalmente por volta das 11h30 desta segunda-feira (9). Além dessas, as seis estações da linha 4-amarela, operada pela iniciativa privada, funcionam normalmente.
Os metroviários têm assembleia marcada para esta segunda-feira às 13 horas. Agora, um grupo de trabalhadores participa de manifestação na região central.
Mais cedo, a Polícia Militar deteve 13 grevistas que faziam piquete na estação Ana Rosa.
No início da manhã, manifestantes bloquearam a rua Vergueiro com barreiras de fogo. A PM usou bombas de efeito moral e balas de borracha para conter o protesto.
Apesar de a Justiça considerar a greve abusiva, os metroviários de SP decidiram em assembleia no domingo (8) manter a paralisação.
Neste domingo, os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho também determinaram que o reajuste salarial dos trabalhadores deverá ser de 8,7%, índice oferecido pelo Metrô, ante inflação de 5,81%. Os metroviários pediam 12,2%.
O último reajuste da categoria foi de 8% frente a um INPC de 7,2%, no ano passado. O piso atual é de R$ 1.323,55.
O TRT determinou ainda uma multa de R$ 500 mil para cada novo dia parado, e de R$ 100 mil para os quatro dias anteriores ao julgamento.
O Metrô conta com 9.475 funcionários, sendo 2/3 responsáveis diretos pela operação.
Pela linha 3-vermelha, as composições circulam entre Bresser-Mooca e Santa Cecília
Na linha 2-verde, o metrô opera entre Ana Rosa e Clínicas
Na linha 1-azul os trens circulam entre a estação Ana Rosa e a Luz
De acordo com o Metrô, as linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha começaram a opera parcialmente.
Uma lotação clandestina faz o trajeto entre o metrô Jabaquara e Santa Cruz nesta manhã. O motorista cobra R$ 5 reais para fazer o trajeto de 18 km
Apesar do índice estar próximo da normalidade, o trânsito pode complicar, pois os agentes da CET --os 'marrozinhos' -- também entraram em greve. As faixas reversíveis na cidade não foram montadas. O acesso ao elevado Costa e Silva, no centro, até às 6h não havia sido aberto.
Há na cidade 46 km de ruas e avenidas congestionadas, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Trânsito). A zona leste, com 25 km, é a pior região no momento. Pela avenida Aricanduva, o motorista enfrenta 12 km de congestionamento sentido marginal Tietê. A lentidão começa na rua Antunes Lobo e vai até o acesso à marginal
Em nota, o Metrô de São Paulo declarou que "repudia a greve, que só prejudica os usuários e a população".
Kathleen Rocha, 22, representante de atendimento, ia para o curso de estética, no Jabaquara, e desistiu. "Não sei nem ir de ônibus para lá, e se soubesse, o ônibus também deve estar daquele jeito. Vou voltar pra casa mesmo."
A CPTM também informou ainda que os trens circulam em menor intervalo, em todas as linhas, e que haverá reforço no contingente de segurança nas estações.