Último debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo
Os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo participam, na noite desta quinta-feira (29), do último debate antes das eleições de domingo (2).
Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB), Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB), Luiza Erundina (PSOL) e Major Olímpio (SD) se encontram no evento promovido pela Rede Globo.
Com a consolidação do candidato tucano na liderança das pesquisas de opinião, Haddad, Russomanno, Marta e Erundina tentarão usar o debate para garantir a outra vaga no segundo turno das eleições.
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Haddad pergunta a Russomanno
O prefeito diz que São Paulo foi "a única" cidade a regulamentar os aplicativos de transporte. "Os apps passaram a pagar impostos. Por que você vai desfazer o que está dando certo?"
"Vou corrigir o que você fez de errado", responde Russomanno. O deputado diz que o transporte de passageiros precisa de placa vermelha e critica o decreto editado pela prefeitura regulamentando o Uber. "Está acontecendo uma concorrência predatória, ninguém ganha dinheiro", diz.
"A prefeitura já cobra outorga e impostos de todos os aplicativos", diz Haddad na réplica. "Táxis são uma coisa, aplicativos são outra."
O deputado do PRB afirma que Haddad teria que impor um limite no número de motoristas do Uber na emissão do decreto e que a omissão gera "concorrência predatória".
Fábio Zanini, editor de "Poder" - Russomanno pisando em campo minado, ao fazer críticas, ainda que indiretas, ao Uber. Ao pedir a regulamentação do sistema, fica exposto à acusação de que é contra o serviço, bastante popular.
Major Olímpio pergunta a Doria
"Seu governador sancionou nesta semana a lei que cria o Dia do Funk no Estado de São Paulo", cutuca Major Olímpio, perguntando o que Doria vai fazer com os pancadões.
Doria reclama da abordagem de Major Olímpio, dizendo que estranha "a obsessão" do candidato com o governo estadual (Alckmin é padrinho político de Doria). O tucano se diz contra os pancadões e afirma que vai promover programas "de forma ordenada, disciplinada". "As famílias não gostam dos pancadões", finaliza.
"Cada vez que vou num enterro de um policial, e são muitos, a minha obsessão com a omissão do governador aumenta", inicia a réplica Major Olímpio.
Doria brinca na tréplica: "Estamos em concordância, é preciso oferecer alternativa saudável aos pancadões".
Russomanno pergunta a Doria
O deputado do PRB pergunta como evitar a entrada de drogas nas cracolândias.
"Vamos acabar com o Braços Abertos e implantar o programa Recomeço, do governo estadual", promete o tucano. "Há um ano tínhamos uma cracolândia, hoje temos seis." Como fez no último debate, o tucano diz que a política da prefeitura aumentou o número de cracolândias, de traficantes e até do preço da pedra de crack.
Russomanno, na réplica, afirma que fará convênios para equipar e criar um plano de carreira para a Guarda Civil Metropolitana, além de fazer concursos para aumentar o efetivo da GCM.
Doria concorda com o deputado, afirmando que vai restaurar as funções da GCM.
Erundina pergunta a Marta
Erundina cita a crise do país e pergunta como a peemedebista pretende lidar com o desemprego.
"Nós vamos criar o programa Qualifica e o Começar de Novo", responde Marta, explicando que os programas vão funcionar com a ajuda de aplicativos, para encontrar mão de obra e avaliar os profissionais.
"É incrível como você fica no efeito dos problemas, mas não as causas", diz a deputada do PSOL na réplica, criticando as "políticas recessivas" do governo Temer. "Isso é incoerência, Marta, não se resolve os problemas de São Paulo sem enfrentando os problemas estruturais do país."
"Tenha paciência, Erundina, a crise que estamos vivendo é culpa da incompetência de Dilma Rousseff", afirma Marta na tréplica, dizendo que Temer não tem culpa pelos 12 milhões de desempregados.
Fábio Zanini, editor de "Poder" - Marta desenterra o fantasma de Dilma Rousseff ao dizer que a culpa pela crise não é de Temer.
AGÊNCIA LUPA
Russomanno (PRB), diz:
"Existem 1.500 guardas (aprovados em concursos, mas não chamados)"VERDADEIRO
O dado é correto segundo o Sindguardas, sindicato da categoriaAGÊNCIA LUPA
Erundina (PSOL), diz:
"No caso dos motociclistas, (a redução da velocidade) não está surtindo efeito"FALSO
Segundo dados oficiais da CET, "as mortes de motociclistas em acidentes registraram queda de 15,9% na comparação entre os 12 meses de 2014 e o mesmo período do ano passado. O número de vítimas fatais caiu de 440 casos para 370. No mesmo período de 2013, foram 403 casos, o que significa que a curva vinha de um crescimento de 8,4%".
Marta pergunta a Major Olímpio
"Qual sua proposta específica para o CEU, candidato?", pergunta.
"É um bom equipamento, mas cada um custa R$ 40 milhões", diz Major Olímpio, que prefere prometer melhoras nas condições de trabalho dos professores. "Num momento de crise, dizer que vamos fazer CEU em detrimento de ampliar a rede pública, para que jovens possam verdadeiramente aprender... Nem você, nem o prefeito, nem ninguém vai conseguir fazer", diz o candidato do SD.
"Educação não tem preço", responde Marta. "Vou fazer 14 CEUs, e dinheiro tem –nas regiões mais necessitadas", promete.
"Com todo o respeito, ensino público em tempo integral... Só com boa vontade não se chega literalmente ao CEU. Só a vontade não gera R$ 40 milhões com o corte de recursos e repasses da União, a redução na arrecadação do município", finaliza Major Olímpio na tréplica.
Fábio Zanini, editor de "Poder" - Erundina é a única que ataca Doria, desde debates anteriores. Para o tucano, é uma situação desconfortável: não pode ouvir calado, mas não pode responder agressivamente à decana da eleição, que tem uma imagem pessoal bastante positiva, mesmo entre adversários. Daí os sorrisos amarelos dele e a repetição da frase "eu te respeito, Luiza".