AO VIVO
Depois de 314 dias de processo, Câmara cassa Eduardo Cunha
Terminou às 23h50 dessa segunda (12) um processo que se arrastava desde 3 de novembro de 2015, há 314 dias.
Com 450 votos favoráveis, a Câmara dos Deputados decidiu cassar o mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em consequência da decisão, o peemedebista fica inelegível até 2027.
Acusado de mentir para a CPI da Petrobras quando afirmou que não tinha qualquer tipo de conta no exterior, Cunha teve apenas 10 votos em sua defesa, mais nove abstenções.
Ele perde o mandato 12 dias depois do impeachment de Dilma Rousseff. O peemedebista diz que o papel que cumpriu no afastamento da presidente motivou a decisão da Câmara.
Apenas dois deputados pronunciaram-se em defesa de Cunha durante a sessão: Carlos Marun (PMDB-MS) e Delegado Edson Moreira (PR-MG).
acompanhe
Terminamos aqui a cobertura ao vivo da votação que determinou a cassação do mandato de Eduardo Cunha.
Obrigado pela audiência, leitores da Folha. Tenham uma boa noite!
Número baixo de votos para Cunha surpreende, diz deputado tucano
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), afirmou que o total de 10 votos a favor de Cunha o surpreendeu, já que era esperada uma quantidade maior.
"Foi percebido que ele estava com mandato cassado e os amigos e companheiros decidiram não ir pro sacrifico", avaliou.
O deputado tucano disse, ainda, esperar que Cunha "conte tudo que ele sabe e possa contribuir com o país".
CUNHA CULPA GOVERNO POR APOIAR RODRIGO MAIA NA CÂMARA E DIZ QUE VAI DIVULGAR CONVERSAS SOBRE IMPEACHMENT
Em declaração após sua cassação, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que o governo de Michel Temer tem uma parcela de culpa no desfecho da votação.
Ele afirma que, quando parte do PMDB apoiou a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara, estava indiretamente dando apoio a sua cassação.
"Quando começou a sessão, era óbvio que eu seria cassado. É uma pauta em que o presidente da casa, que foi apoiado pelo governo, se associou ao PT", disse.
Cunha afirmou também que vai tornar públicas as conversas que teve com diversos políticos durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Entretanto, afirmou que não tem nenhum tipo de gravação dos diálogos.
Ele reiterou que se considera vítima de um processo político em retaliação por sua atuação quando o processo de impeachment de Dilma tramitava na Câmara.
"Estamos vivendo um processo político em que eu virei um troféu para fomentar o discurso do golpe", afirmou.
"Chegamos ao absurdo de que o presidente do Supremo aceitou um pedido de destaque com base em um artigo da Câmara e, depois, o presidente da Câmara não aceita o mesmo pedido de destaque", disse, em referência a decisão de Ricardo Lewandowksi, ministro do STF, de fatiar o julgamento da ex-presidente no Senado.
Cunha também afirmou que a proximidade das eleições afetou a decisão dos deputados, que estariam preocupados com a repercussão eleitoral de seus votos.
"Eu cometi muitos erros. Eu sou humano. Eu errei muitas vezes, mas não foram meus erros que levaram à cassação. Eu fui vítima de uma vingança política estimulada pelo processo eleitoral."
Painel da Câmara mostra placar da votação
A FAVOR: 450
CONTRA: 10
ABSTENÇÕES: 9Débora Álvares/Folhapress Painel da Câmara com resultado da votação que cassou o mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) EDUARDO CUNHA É CASSADO
Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, foi cassado às 23h50 desta segunda (12).
450 deputados votaram contra o peemedebista e 10 a favor. Houve 9 abstenções. Com a decisão, ele também perde os direitos políticos até janeiro de 2027.
Cunha foi cassado por mentir para a CPI da Petrobras. Em março de 2015 ele negou, ter "qualquer tipo de conta" no exterior —frase dita meses antes de vir à tona a existência de dinheiro atribuído ao peemedebista na Suíça.
O processo de cassação do deputado durou 314 dias, desde que foi instalado no Conselho de Ética da Câmara em 3 de novembro de 2015.
Presidente da Câmara afirma que encerrará votação em breve
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP), líder do partido na Câmara, fala neste momento. "Fora Cunha!", repete, em tom inflamado. Valente dividiu ainda o microfone com Chico Alencar (PSOL-PA).
Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que encerrará a votação após a fala dos socialistas.
Deputados aguardam resultado
Até o momento, 466 deputados já votaram. O número de votantes não sobe há mais de cinco minutos.
Não foi aberto resultado ainda porque o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) decidiu deixar os líderes falarem. O tempo de discurso varia de acordo com a bancada.
Neste momento, a líder da minoria do PCdoB, Jandira Feghalli, fala no plenário. Ela afirmou que é "deprimente" ver apenas dois deputados subindo ao microfone para defender Eduardo Cunha "depois de todo seu poder".
Líderes discursam enquanto votação não termina
Até agora, 466 deputados já votaram. O número de votantes não sobe há mais de 3 minutos. Não foi aberto resultado ainda porque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, decidiu deixar os líderes falarem. O tempo de discurso varia de acordo com a bancada.
Líderes falam antes do resultado
Os líderes dos partidos na Câmara discursam neste momento no plenário enquanto a votação está aberta.
O primeiro a falar foi Afonso Florence (PT-BA) e neste momento Daniel Almeida (PCdoB-BA) se pronuncia.
Vai começar a votação
Depois de pronunciamento de Rodrigo Maia, presidente da mesa executiva, foi aberta a votação que vai definir o destino do deputado afastado Eduardo Cunha. Não haverá orientação de bancada, mas os líderes de partido podem pedir a palavra.