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Dilma participa do lançamento do programa Minha Casa Minha Vida 3
Um dia depois do PMDB anunciar o seu rompimento com o governo, a presidente Dilma Rousseff discursa no lançamento da terceira etapa do programa "Minha Casa, Minha Vida".
O lançamento é visto como uma tentativa do governo de manter uma agenda de atividades positiva para reverter a crise.
Ontem, a presidente Dilma cancelou a sua viagem aos Estados Unidos, marcada para quinta-feira (31), onde iria participar da 4ª Cúpula Sobre Segurança Nuclear.
O cancelamento da viagem presidencial foi realizado para evitar que o vice-presidente Michel Temer, principal articulador do desembarque do PMDB do governo, assuma a presidência interinamente.
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A cobertura da cerimônia de lançamento do Minha Casa, Minha Vida 3 termina aqui. Agradecemos aos leitores e boa tarde.
A presidente Dilma Rousseff foi a última a discursar durante a cerimônia de lançamento da terceira etapa do programa "Minha Casa, Minha Vida".
Depois de defender e elogiar o programa, a presidente afirmou que "o dinheiro dos tributos é fundamental para que o povo não pague o pato", fazendo referência à campanha pelo impeachment organizada pela Fiesp. "De onde sai o dinheiro do 'Minha Casa, Minha Vida'? Dos impostos e do fundo de garantia", disse Dilma.
Em seguida, a presidente criticou o processo de impeachment, ao qual chamou de golpe. "O impeachment está previsto na Constituição, mas é má-fé dizer que todo impeachment é correto", afirmou. "A Constituição exige que para o impeachment é necessário que se caracterize crime de responsabilidade, Impeachment sem crime de responsabilidade é o que? É golpe".
A presidente ainda afirmou que "lamenta o clima de intolerância e ódio que se criou no Brasil". "Acho isso grave, porque a intolerância é a base da violência", afirmou Dilma. "Podemos divergir, não gostar, mas nós não somos uma cultura intolerante. No Brasil, o outro não é um estranho, é nosso irmão, porque é brasileiro".
Ao final do discurso, Dilma afirmou que quem quer a interrupção de seu governo é responsável pelo atraso na recuperação da economia.
O Coordenador Nacional do MTST, Guilherme Boulos, discursou durante o evento do lançamento da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida. Depois de elogiar o programa social, Boulos afirmou que "não é possível na situação grave que estamos vivendo falar apenas de moradia", antes de começar a se pronunciar sobre a atual crise política.
"Nós vivemos uma perigosa e criminosa ofensiva golpista contra o que temos de democracia no país", disse Boulos. "O impeachment em si não é um golpe, mas impeachment sem crime de responsabilidade e conduzido por um bandido na presidência da Câmara é golpe sim senhor".
Em seguida, Boulos fez um apelo ao governo. "É importante que o governo perceba quem está na rua contra o golpe amanhã. São os movimentos populares, o povo da periferia. É importante que o governo dê resposta a esse povo. Não vi nas manifestações contra o golpe nenhum banqueiro, grande empresário ou o PMDB", afirmou.
E concluiu: "Vai ter luta, vai ter resistência, não passarão com esse golpe de araque"
Desde o agravamento da crise política, o Palácio do Planalto tem adotado estratégia de promover eventos com a presença de claques pró-governo. Na semana retrasada, evento de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil também teve gritos contrários ao impeachment, assim como cerimônia que tentou reproduzir na semana passada a "Campanha pela Legalidade", da década de 1960, anterior ao golpe de 1964.