Os ganhos de eficiência e produtividade gerados pelo aumento da conectividade no país são tema do "Fórum Digitalização: Soluções para um Brasil mais Competitivo", que a Folha promove nesta segunda (28), no Tucarena (zona oeste de São Paulo), entre 9h e 13h.
Entre os presentes nos quatro debates, estarão representantes do poder público, pesquisadores e empresários, como José Ragone, presidente da transmissora de energia Taesa, e Alessandro Germano, gerente de Novos Negócios do Google.
As discussões abordarão os resultados e possibilidades da digitalização em áreas como indústria, distribuição de energia e mobilidade.
Encerramos aqui a transmissão do Fórum Digitalização. Obrigado aos leitores da Folha pela audiência e até a próxima
Em relação à tecnologia, Germano pontua os carros autônomos como um exemplo de tecnologia que usa infraestrutura existente. Para trazer para o Brasil, ele acrescenta que se trata de uma questão "algorítmica". Testar as variáveis para pode transportar para outras cidades.
João Gouveia Ferrão Neto destaca a questão da energia no transporte. "Um fator preponderante é a energia. Quanto melhor pro usuário, pior para nós. É surreal, mas é assim hoje. Em horários de pico, somos sobretaxados em 4 vezes. Quando mais trem eu ponho na malha, quanto mais invisto em Capex, mais sou lesado", afirma o diretor-técnico da ANPTrilhos e diretor de operações da SuperVia do Rio de Janeiro
Bussinger diz que há usos da tecnologia que não estão sendo explorados. "O enfrentamento da mobilidade da cidade de São Paulo e no Brasil passa por repensarmos, encaramos e desenvolvermos nossos projetos. Fazer mais do mesmo não nos trazer alento. Precisamos repensar para dar o salto necessário"
Para Alessandro Germano, a questão da mobilidade urbana tem muito a ver com qualidade de vida. Segundo ele, uma em cada cinco pesquisas no Google são sobre como ir do ponto A ao ponto B. “Além do adensamento populacional, há a explosão do número de celulares. Hoje a gente consegue mostrar a fluidez do trânsito ao vivo com base nas informações dos aparelhos”
Harald Zwetkoff também destaca a importância da intermobilidade, que pressupõe mais metrô e melhora na interconexão entre os meios de transporte
Frederico Bussinger acredita que, além do aumento da oferta, é preciso reduzir a demanda. "Precisamos incentivar a diminuição no número e na extensão (em kms) das viagens
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Metrô em SP (Foto: Fabio Braga/Folhapress).
Sobre o transporte de passageiros, Harald Zwetkoff, presidente da ViaQuatro, diz que a demanda deste setor é mais de serviço do que técnica. Há um sistema de energia e comunicação muito complexo. Para aumentar a competição e baixar o custo, é preciso trazer incentivo que traga o indivíduo para o transporte público. O usuário precisa se sentir atraído pelo transporte público. Para João Gouveia Ferrão Neto, diretor técnico da ANPTrilhos e diretor de operações da SuperVia do Rio de Janeiro, há uma falta de política pública no setor. ''Não temos estrutura suficiente para nos transportamos a contento. País desenvolvido é onde o rico anda de transporte público"
Frederico Bussinger, consultor do Idelt (Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transporte e Meio Ambiente), vê na mobilidade um enorme campo onde a digitalização pode atuar. “46% dos caminhões em São Paulo andam vazios. Isso mostra uma desorganização sistêmica. Podemos olhar pela perspectiva do copo meio cheio, é uma grande oportunidade colocada”
Alessandro Germano, chefe de parcerias do Google Brasil, diz que a tecnologia pode ajudar nas questões de mobilidade. "O aumento da infraestrutura continuará sendo necessário, mas a tecnologia pode ser uma alternativa para solucionar esse problema"