A Folha promove nesta segunda (21) e terça-feira (22), com o patrocínio da Clua (Climate and Land Use Alliance), o Fórum Desmatamento Zero, que discutirá propostas e estratégias para eliminar o desmatamento no Brasil e a emissão de gases de efeito estufa causada por ele.
O seminário reúne 21 convidados para as palestras e debates. Participam das dicussões Maria Lúcia de Oliveira Falcón, presidente do Incra, Raimundo Deusdará Filho, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro e Thelma Krug, assessora de Cooperação Internacional do Inpe, entre outros nomes.
Os temas principais são o conceito de desmatamento ilegal zero defendido pelo governo federal, as metas brasileiras para a Conferência do Clima em Paris e o papel das cadeias produtivas –pecuária à frente– na eliminação do desflorestamento, além da exploração ilegal de madeira.
Os debates e palestras acontecem no Tucarena (rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes), das 9h às 13h.
Há projetos que buscam desenvolver uma atividade de mineração nas áreas indigenas, mas isso altera o modo de vida nessas comunidades, diz Adriana.
Adriana questiona: "E o que nós temos de investimento nessas comunidades"? E em seguida critica: "Os representantes do agronegócio tem um discurso nas mesas de debates e outro no Congresso".
"De tudo o que foi dito de ontem para hoje fica muito claro que precisamos ser ousados para [atingir] o desmatamento zero. Nós já sabemos o que temos a ganhar com a floresta em pé. É uma importância incontestável para a manutenção da vida, de recursos hídricos, de outras espécies e diversidade."
"Temos uma Amazônia imensa para ser protegida, na qual temos milhares de comunidades que têm um repertório enorme de conhecimento local", afirma Adriana Ramosm do Instituto Socioambiental, abrindo sua palestra.
Nappo afirma que a partir de 6 de maio de 2016, a JBS só comprará carne de produtores que tenham feito o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Nilo, do Greenpeace, diz que sempre vamos conviver com desmatamento residual, mas que o segredo é não ter uma taxa alta e prejudicial à floresta.
Nappo afirma que para aumentar a área de pecuária intensiva é necessário criar uma linha de crédito do governo.
"Nosso trabalho ainda é uma gota d'água, mas estamos pensando em larga escala. O primeiro passo são essas fazendas-pilotos, para mostrarmos que funciona e, a partir de 2017, esperamos conseguir trabalhar numa escala maior."
Segundo Micol, "não podemos esperar o Código Florestal ser respeitado para lutar pelo desmatamento zero".
E questiona: "O que é melhor economicamente: aumentar a produtividade de áreas já desmatadas ou desmatar novas áreas?"