Fim da palestra do ministro Joaquim Levy à Associação Comercial de São Paulo.
Ministro critica "capitalismo de Estado" e defende ação da iniciativa privada. "Com a democracia, o apoio explícito da população é muito importante. As razões do ajuste estão claras e vamos ter que dar esse passo para poder virar a página. Uma grande lição é que capitalismo de Estado não dá muito certo numa democracia. A ideia de trazer toda a poupança para políticas centralizadas é incompatível com ela. Se os preços estiverem corretos, a iniciativa privada tomará as decisões de crescimento", afirmou
Levy diz que cortes têm sido feitos, mas que governo esbarra em limites. "Há partidos propondo que todo aumento do salário mínimo seja transferido indiscriminadamente ao INSS. Partidos da oposição têm sido muito focais nisso. Ajustes da aposentadoria acima da inflação têm que ser discutidos, mas são questões que vão além da área em que o Executivo pode atuar. Nas medidas em que o governo pode mexer, os cortes têm sido muito fortes". Segundo o ministro, 80% das despesas têm reajuste automático
Para ministro, poupança brasileira é baixa e pode ter caído para menos de 12% do PIB em 2014. "Juros da Ásia são baixos, mas eles têm poupança de 30%, 40% do PIB."
Para Levy, agenda do desenvolvimento é uma agenda de simplificação e transparência. "Não é uma agenda de apoio para cada setor para eliminar distorções, senão criamos uma economia cada vez mais complexa em que cada problema cria três outros ", diz ministro. Para ele, juros mais baixos virão quando gastos públicos estiverem equilibrados. "Nessa hora, a dívida pública ficará mais barata"
Após ser questionado sobre suposta prática de funcionários fazerem "corpo mole" depois de um ano para serem demitidos e sacar o FGTS, Levy afirma que esse não é único fator que leva funcionário a querer sair de empresa. "Lidar com a rotatividade ajuda o país a crescer."
"Se ficarmos com medo, vamos ter problemas, porque nos paralisamos. Contas públicas em ordem são a primeira coisa para ter confiança no país. É importante termos coragem para dar certo no tempo certo", diz o ministro.
O que queremos evitar são cenários muito desfavoráveis, de 'downgrade', de crise cambial, de inflação realmente alta. Se fizermos os ajustes necessários, realmente estaremos num cenário em que as pessoas poderão sentir um chão firme e começar a trabalhar. Quanto menor a incerteza geral, mais dá para cada um tomar risco. Se soubermos a regra do jogo, tomamos risco", diz Levy
Levy defende Dilma, diz que "mundo mudou". Para ele, fim de políticas de incentivo à economia, em parceiros como Estados Unidos e China, com diminuição de estímulos, impactam o preço das commodities e a economia brasileira. Segundo Levy, a situação fiscal do Brasil também não suporta mais medidas de estímulo. "Temos que equilibrar o BNDES. As [atuais] medidas adotadas pela presidente Dilma nada mais são do que ajuste a uma nova situação e eliminar algumas mudanças que haviam sido feitas. Eram medidas claramente insustentáveis do ponto de vista fiscal"
carolina - Um dia após os protestos contra do governo federal em várias cidades do país, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dá palestra nesta segunda-feira (16) na Associação Comercial de São Paulo. Acompanhe ao vivo.
Atualizado em 01/11/2024 | Fonte: CMA | ||
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